Presente em todas as listas de apostas para o Oscar 2025, o filme brasileiro “Ainda Estou Aqui” já iniciou sua campanha com a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. O objetivo agora é fazer com que o máximo de membros votantes do Oscar entre em contato e assista ao longa-metragem de Walter Salles.
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O diretor, que já concorreu ao Oscar em 1999 com “Central do Brasil”, diz que a campanha de “Ainda Estou Aqui” começou no Festival de Veneza, onde o roteiro do filme foi premiado. “Mais da metade dos votantes hoje não moram naquele trecho estreito entre Nova York e Los Angeles. Antigamente, para olhar para essa premiação, o filme tinha que ser visto ali. Hoje, essa verdade foi completamente reconfigurada”, explicou em coletiva de imprensa na Mostra de São Paulo.
“Ainda Estou Aqui” já foi apresentado em festivais em Veneza, Toronto, San Sebastián, Havaí, Zurique, Nova York, Mill Valley, Londres e La Roche-sur-Yon. Ainda neste mês, passará por vários festivais nos Estados Unidos, de olho na corrida pelo Oscar. A lista de indicados só será anunciada em janeiro.
Fernanda Torres acredita que “Ainda Estou Aqui” será indicado
A protagonista Fernanda Torres, também cotada para uma indicação, encara a expectativa com parcimônia. “O filme já é um acontecimento para a gente. Ele já está no mundo, já é uma porta de entrada para o mundo. O Oscar é muito importante por várias questões, mas ele também não é a medida de tudo, sabe?”, diz a artista. Mas ela admite:
“Eu acho que o filme tem grande chance de estar entre os filmes estrangeiros, estamos trabalhando para talvez outras categorias também”.
A atriz só pede que o público brasileiro entenda que entre ser indicado e vencer há um caminho muito longo. “Quando um ator brasileiro, falando português, é nomeado, ele já ganhou. Pode estourar o champanhe, entendeu? Vai pra lá sem expectativa, porque não vai levar. Já está no lucro. Quero explicar isso para as pessoas já ficarem contentes”, frisa.
“Ainda Estou Aqui” é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e conta a história real da família do escritor. Na obra, ele conta o que sua mãe Eunice precisou enfrentar para descobrir o paradeiro do marido durante a ditadura militar. Rubens Paiva, seu pai, foi um debutado sequestrado, torturado e assassinado pelos militares, o que só foi confirmado décadas depois pela Comissão da Verdade.
O filme estreia em 7 de novembro no Brasil.