Nos dias 9 e 10 de novembro, o AFROPUNK aterrissará no Parque de Exposições de Salvador, na Bahia, para uma edição com um line-up potente. Além de nomes internacionais, como Erykah Badu e Lianne Las Havas, os palcos Agô e Gira também receberão importantes artistas baianos que, através de sua arte, exploram a ancestralidade negra, além de serem resistência ao enfrentar o racismo e outras questões identitárias.
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Em sua quarta edição, o AFROPUNK Brasil apresenta um line-up que, além de valorizar a música brasileira, também abre espaço para discutir o racismo, intolerância religiosa, além de desigualdade social e descriminação. Afinal, diversos artistas trazem, em seus trabalhos, discussões que buscam contribuir para a construção de uma realidade mais equitativa.
Dentro disso, o festival, que já faz parte da agenda cultural da Bahia, convoca artistas baianos para contribuir com sua arte dentro do evento. Neste ano, nomes como Léo Santana, Melly, Ilê Aiyê, Virginia Rodrigues, Silvanno Salles, Timbalada, Larissa Luz e Edcity são representantes da música local, exibindo diferentes ritmos e estilos enraizados na cultura afro-brasileira. Conheça um pouco sobre cada um deles!
Léo Santana
Léo Santana é um dos maiores nomes do pagode baiano e conquistou o Brasil com sucessos que mesclam ritmos de axé com outros estilos musicais, a fim de mostrar a pluralidade da música baiana. Ele, inclusive, será o responsável pela contagem regressiva do “Show da Virada” em Salvador neste ano.
No entanto, ao longo de sua carreira, o artista enfrentou estereótipos raciais, não apenas na indústria da música, mas também na vida cotidiana. Por isso, ele aproveita seu espaço para reforçar a importância de celebrar a cultura negra.
“Que todos nós, negros, continuemos ocupando espaços, sendo valorizados e respeitados como as potências que somos em qualquer lugar por onde passarmos”, disse ele em novembro de 2023.
Melly
Indicada ao Grammy Latino 2024, com o álbum de estreia “Amaríssima”, a baiana de 22 anos representa a potência jovem da Bahia. A cantora carrega em sua bagagem musical inspirações no axé, ijexá e afoxé, além do MPB, R&B, soul e jazz.
Por isso, em seu trabalho, ela não esconde sua trajetória e vivência como mulher negra. “Sempre tive uma visão muito certa do que eu queria fazer. Eu sei o que eu gosto, eu sei que a black music faz parte da minha ancestralidade e envolve todo o meu ser“, disse ela ao POPline.Biz em 2021.
Ilê Aiyê convida Virginia Rodrigues
O Ilê Aiyê, criado em 1974, é o primeiro bloco afro do Brasil. Ele é apontado como um símbolo de resistência negra não apenas na Bahia, mas em todo o Brasil. Através de músicas e desfiles, o bloco exalta a herança africana e promove a valorização da identidade afro-brasileira, além de debater o preconceito com pessoas negras.
Conhecido por denunciar as desigualdades e o racismo, o bloco desempenha um papel importante ao relembrar a importância da ancestralidade na formação da cultura brasileira. No AFROPUNK, o Ilê Aiyê recebe no palco Virginia Rodrigues, cantora soteropolitana que usa de sua voz como resistência para expor o racismo e machismo, além da luta enquanto uma mulher negra.
Silvanno Salles
Pioneiro no arrocha, Silvanno Salles é um dos defensores do ritmo que surgiu como uma manifestação cultural baiana e, hoje, tem fãs por todo o Brasil. Antes da carreira solo, que iniciou em 2001, eles passou pelos grupos Estilos Modernos e Brisa da Noite.
O cantor carrega uma discografia de sucesso, com mais de 20 álbuns lançados. Por isso, o público pode esperar um grande espetáculo de arrocha no palco do AFROPUNK. Afinal, ele é um dos responsáveis por popularizar o estilo musical, ao lado de nomes como Pablo, Tayrone e Nara Costa.
Timbalada
O Timbalada, grupo fundado por Carlinhos Brown em 1991, é uma das mais icônicas do axé e do samba-reggae. Com uma estética que mistura sons do candomblé com a percussão baiana, a banda representa a força da ancestralidade africana na música brasileira, como em “Ashansú”, “Agogô de Prata” ou “U-Maracá”.
A sua principal marca é o som do timbal, instrumento que nomeou o grupo. A banda frequentemente usa sua música para celebrar a identidade afro-brasileira e levantar discussões sobre a resistência negra, tornando-se um exemplo poderoso de como a cultura pode ser um espaço de luta e, ao mesmo tempo, de celebração.
Larissa Luz convida Edcity
Larissa Luz é cantora, atriz e ex-vocalista da banda Ara Ketu, e, aos 37 anos, é uma das artistas que exporta a música baiana para todo o Brasil. Em faixas como “Bonecas Pretas”, “Trança” ou “Descolonizada”, a artista aborda racismo, empoderamento femino e negro, além de destacar sua ancestralidade, identidade e resistência.
A cantora também representou o estado nordestino, assim como a potência negra, no sofá do “Saia Justa”, no GNT. Lá, a cantora debateu diversos assuntos, incluindo o racismo. “É importante que saibamos que, para os pretos, o jogo nunca está ganho. É um movimento constante e contínuo em busca de conscientização e fortalecimento para construir a nossa defesa”, disse ela em um dos episódios.
No palco do AFROPUNK, ela dividirá seu espaço com Edcity, cantor, compositor e produtor que já passou pelos grupos Fantasmão e Parangolé e é, também, um dos representantes do pagode baiano. Seu trabalho fala sobre resistência, representar a favela e os menos favorecidos pelo Estado, como acontece em “Grito da Favela”.
Mais sobre o AFROPUNK 2024
PROGRAMAÇÃO
9 de novembro (sábado)
Erykah Badu
Jorge Aragão
Léo Santana
Planet Hemp
Duquesa
Melly
Ilê Aiyê convida Virginia Rodrigues
Irmãs de Pau e Evylin
10 de novembro (domingo)
Lianne La Havas convida Liniker
Ebony
Mateus Fazeno Rock
Silvanno Salles
Timbalada
Fat Family canta Tim Maia
Larissa Luz convida Edcity
SERVIÇO
Festival AFROPUNK Brasil
Data: 9 e 10 de novembro de 2024
Local: Parque de Exposições de Salvador
Endereço: Av. Luís Viana Filho, 1590 – Itapuã, Salvador – BA
Ingressos: https://www.sympla.com.br/afropunk
Classificação: 14 anos