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Afrobetização: Termo usado por Wanessa Camargo causa polêmica na web

Na internet, o público questiona e debocha sobre a existência da palavra
(Foto: Instagram/@wanessa)

Na última terça-feira (16), Wanessa Camargo lançou “Caça Like”, uma música que, segundo ela, é o resultado de toda evolução após um processo de afrobetização. Desde então, a internet se dividiu e opinou sobre as recentes ações da cantora, dentro e fora do reality. Enquanto alguns defendem o processo, outros acreditam que ele está sendo feito de forma errônea.

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(Foto: Divulgação)

Através das suas redes sociais, Carol Sodré, professora de história e especialista em diversidade e sustentabilidade, comentou que fez parte do processo de afrobetização da cantora. No vídeo, que não está mais disponível, a professora detalhou seu curso, criado ao lado de outros estudiosos, para ajudar pessoas com dificuldade em entender as questões de raça na sociedade.

Ela, então, detalhou como funcionou o suporte à Wanessa Camargo após um convite da equipe da artista. Antes, ela explicou o motivo de ter aceitado o convite. “Não sou de negar desafios, e sempre que uma pessoa pode buscar conhecimento, saibam que aqui é o lugar certo. Nunca vou negar conhecimento”, pontuou.

“Isso era mais complexo e agravante, porque ela já tinha feito a entrevista para o Fantástico e apagado o vídeo que ela tinha postado, então a gente tinha que pensar estrategicamente como a gente consolida uma informação com ela em um tempo que não estava a nosso favor“, comentou.

Logo depois de toda a polêmica, Carol Sodré soltou uma nota em suas redes sociais onde reforçou o termo “afrobetização”, utilizado por ela e, também, pela cantora. “Afrobetização é um conceito de autoria de acadêmicos e profissionais que trabalham com o ensino sob a ótica da pauta racial, utilizado há mais de duas décadas e que ontem chegou ao conhecimento do grande público”, explicou.

Internet critica o termo “afrobetização” usado por Wanessa

Em seguida, a professora explicou que o termo é comumente usado por diversas “instituições, escolas, coletivos e ONGs o articulam para a defesa de uma educação plural”. No entanto, nas redes sociais, o público não aprovou a ideia.

Obirin Odara, Mestre em Políticas Sociais pela Universidade de Brasília e idealizadora da plataforma “Não me colonize” foi uma das pessoas que criticou o termo. Segundo ela, o problema está na “criação” da nomenclatura para defender uma pessoa branca que errou.

“É uma questão de como essa pessoa tem instrumentalizado o lugar de pessoa negra, de conhecedora e pesquisadora tos temas que não são coletivos e que nos cabem, portanto, para fornecer isso numa roupagem de consultoria afrocentrada para brancos que fazem merda“, pontuou.

Em seguida, ela ainda sugeriu que o termo pode, sim, ser algo positivo. No entanto, não foi utilizado de forma correta. “É possível afrobetizar uma pessoa branca em tão pouco tempo? […] Mas vamos supor que a palavra ‘afrobetizar’ é legal. Ela dá conta de revelar o que, de fato, você tem feito? Você está, de fato, letrando racialmente as pessoas? Ou você está ensinando como elas usam o termo, o momento, a hora certa para não ser cancelada?”, questionou.

Outro nome que se posicionou sobre o tema foi Fred Nicácio. “Aulas de afrobetização. Eu já li de tudo, mas essa é nova”, escreveu ele no X (antigo Twitter). Enquanto isso, o palestrante Levi Kaique Ferreira também opinou sobre a “afrobetização”.

“Primeiro passo de qualquer letramento racial deveria ser o reconhecimento. Se a Wanessa Camargo tá lá fazendo “afrobetização” e lança uma música chamando quem apontou o racismo dela de Hater esse letramento racial aí não tá servindo de nada”, comentou.

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