A quarentena criativa de Adriana Calcanhotto resultou em disco (Foto: Leo Aversa)
O mundo parou em março quando foi decretada pandemia. Para Adriana Calcanhotto foi tempo de deixar florescer a criatividade. No entanto, o resultado deste exercício chega nesta sexta-feira (29): SÓ canções da quarentena, um álbum concebido, composto, registrado e lançado durante este período.
A quarentena criativa de Adriana Calcanhotto resultou em disco (Foto: Leo Aversa)
SÓ é urgente dessa forma. Basta colocar em comparação com Margem, o trabalho anterior de Adriana, que foi lançado em 2019 mas trazia uma década de elaboração e sete anos de ausência de gravações de estúdio. O álbum novo foi composto, produzido, gravado e mixado em 43 dias: mais precisamente entre 27 de março e 8 de maio. “Em onze dias eu tinha trinta minutos de música. É um álbum em estado bruto“, diz a cantora e compositora.
Mas não confunda com um disco feito às pressas. SÓ é fruto de um método tão novo para Adriana quanto adaptado ao que o mundo se tornou com a proliferação da Covid-19. Pois a cantora foi impedida de voltar para Coimbra, em Portugal, onde leciona e é embaixadora da universidade que carrega o nome da cidade.
Em contrapartida, no Rio de Janeiro seu relógio artístico passou a despertá-la todos os dias com o desafio de compor uma música até a hora do almoço. “Como se tivesse a missão de fazer pão todos os dias. Mas não sei fazer pães, só sei fazer canções”, filosofa.
Produzido por Adriana e o compositor Arthur Nogueira, as faixas de SÓ foram dispostas na ordem cronológica de composição. Em uma delas, “Bunda Lê Lê”, a cantora mostra sua face brincalhona em parceria com o produtor de funk Dennis DJ. Da mesma forma, cada faixa, aliás, terá renda revertida para instituição escolhida pela artista.
Junto ao álbum, Adriana lança sob a direção de Murilo Alvesso a versão audiovisual de SÓ em um grande clipe-sequência de todas as músicas registradas no quarto da artista. “Com todo o cuidado na gravação”, faz questão de garantir o fotógrafo e diretor.