Estreia nesta sexta-feira (31) uma produção original do Globoplay sobre o acidente que vitimou os passageiros e tripulantes do voo AF447 da Air France há exatos 15 anos. Em quatro episódios, a produção “Rio-Paris – A Tragédia do voo 447” investiga a queda do avião, que sumiu dos radares horas após partir do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, rumo a Paris com 228 pessoas.
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Ao reconstituir ponto a ponto um dos acidentes que mais transformaram a segurança da aviação mundial, “Rio-Paris – A Tragédia do voo 447” relata como uma infeliz cadeia de acontecimentos, falhas tecnológicas e de procedimento levaram a tragédia. Ao final, o retrato do que aconteceu fica completo, assim como a certeza de que nunca um avião cairá novamente pelos mesmos motivos.
A fim de chegar no resultado, o jornalismo da Globo se debruçou em pesquisas minuciosas de áudio e vídeo, nos processos da Justiça francesa e nas investigações iniciais realizadas pelas autoridades brasileiras. Dessa forma, as horas que antecederam o acidente foram recontadas em arte 3D. Além disso, as conversas entre os pilotos na cabine do avião foram transcritas fielmente a partir das gravações das caixas-pretas, encontradas quase dois anos depois do acidente.
“Foi um desafio enorme manter a série fiel ao conteúdo das caixas-pretas e aos relatórios investigativos das autoridades francesas, com contrapontos de pessoas diretamente ligadas às buscas e investigações, e também especialistas do setor. Mas revisitar a dor da perda é sempre mais complicado. Fazer um recorte honesto, conseguir retratar um pouco do sofrimento de cada um e, ao mesmo tempo, render uma homenagem a todas as vítimas foi sempre um norte para toda equipe”, diz o roteirista Gabriel Mitani.
“Rio-Paris – A Tragédia do voo 447” tem direção de Rafael Norton, produção executiva de Clarissa Cavalcanti e roteiro de Andrey Frasson e Gabriel Mitani.
“A série é a memória de um dos acidentes aéreos mais marcantes. A tragédia do voo 447 mudou para sempre a segurança na aviação mundial. O relatório final recomendou 41 mudanças em protocolos de segurança, de pilotagem e de controle aéreo. Depois da queda do 447, nenhum outro avião comercial caiu pelo mesmo motivo”, ressalta o diretor.
Equipe viajou para França e Estados para produzir a série documental
Durante três meses a equipe de Jornalismo da Globo esteve na França, nos Estados Unidos e no Brasil para entrevistar técnicos que participaram das investigações, especialistas em aviação, jornalistas que cobriram o caso e parentes das vítimas.
“Fomos até a França e ouvimos dirigentes do BEA, centro de investigações de acidentes aéreos de lá. Entrevistamos representantes da empresa que localizaram as caixas-pretas nos Estados Unidos. Ouvimos o irmão do piloto, pessoas que perderam filhos, maridos, irmãos, e que vivem o luto até hoje. São os personagens que conduzem a narrativa”, conta a produtora executiva Clarissa Cavalcanti.
“Em termos de roteiro, nós buscamos a todo tempo humanizar as histórias dos familiares dos passageiros do voo e ao mesmo tempo reunir especialistas brasileiros, franceses e americanos para contar tecnicamente o que causou esse trágico acidente”, complementa o roteirista Andrey Frasson.