“A Voz Suprema do Blues” marca a última performance de Chadwick Boseman, o eterno “Pantera Negra”, frente às câmeras. O filme da Netflix que estreia nesta sexta-feira (18/12) traz o ator, vítima de um câncer de cólon em agosto deste ano, e a estrela Viola Davis como protagonistas de uma história de machismo no mundo da música.
Foto: Divulgação/Netflix
O longa é uma adaptação original da peça teatral de August Wilson sobre a cantora Ma Rainey (Viola Davis), conhecida como a “mãe do blues”. A produção se passa em Chicago, nos anos 1920, e acompanha a relação conturbada da artista com a indústria da música, principalmente com os seus empresários brancos que tentam moldá-la a qualquer preço.
Além disso, os conflitos durante uma sessão de gravação de um álbum entre a cantora e seu trompista, o ambicioso Levee (Chadwick Boseman). Por fim, ele acaba se tornando o seu aliado neste desejo de romper o limite imposto pelos brancos. Uma das falas de Ma Rainey era em tom de denúncia: “Os brancos aplaudiam seu trabalho mas não deixavam que ela passasse pela porta da frente dos clubes”.
Dirigido por George C. Wolfe, ele dedica o filme a Chadwick Boseman. “Você percebe sua força e seu humor. Fiquei com lágrimas nos olhos desde o início, sabendo o que sei agora. E sabendo que éramos todos pessoas muito saudáveis fazendo esse trabalho tremendo. Este homem enfrentou uma batalha ainda maior. Eu não sei como ele conseguiu isso. Fiquei sentado por uns 15 minutos depois de terminar e chorei um pouco, principalmente quando vi a dedicatória. Realmente me ocorreu que ele não está conosco”, disse em entrevista ao jornal O Globo.
Quem também teceu palavras sobre o ator na entrevista foi Viola Davis. “Houve uma transcendência na atuação de Chad, mas precisava haver. É um personagem furioso com Deus, que perdeu até mesmo sua fé. Então (Boseman teve) de ir ao limite da esperança, da morte e da vida para fazer esse personagem funcionar. Claro, você olha para trás e vê que é onde ele estava”.