Música Preta Brasileira é um projeto que celebra a identidade, o ritmo e a poesia negra e ressalta a influência de vozes e da representatividade negra na cultura brasileira. Entre as ações multiplataforma está uma série de quatro episódios exibidos pelo Fantástico em novembro, mês da Consciência Negra, como parte das celebrações pelos 50 anos do programa.
Realizado pela Coisas Artísticas, o projeto foi idealizado pela CEO e diretora estratégica Mariana Coelho e tem Rommel Marques como gestor do projeto. O quadro foi apresentado por Maju Coutinho e pelo cantor Rael e teve como convidados artistas de diferentes gerações de ritmos baianos, funk, samba e rap.
Em 2003, a Universal Music lançou um álbum chamado ‘Música Preta Brasileira’, com Sandra Sá, mas a origem da expressão vai além de um gênero musical ou título de um projeto, mas sim como um conceito histórico. A ideia do projeto veio em uma conversa entre Mariana Coelho e Rael.
“Me acendeu o fato da falta de reconhecimento por parte do grande público, inclusive consumidor de música, das raízes do que ouvimos. A música brasileira tem DNA preto. Essa conversa me inspirou a contar essa história, abrir diálogo sobre essas raízes e dar visibilidade ao tema”, explica Mariana Coelho, CEO e diretora estratégica da Coisas Artísticas, consciente em seu papel de aliada na luta antirracista e, portanto, para mais protagonismo negro.
“É um marco na televisão brasileira, nunca teve um programa que enaltecesse os artistas negros para serem vistos da maneira que têm que ser. Porque, às vezes, as pessoas estão escutando uma música, muitas vezes que uma pessoa branca canta, e não sabem que pessoas pretas fizeram, que estavam por trás de tudo. Então o ‘Música Preta Brasileira’ veio para tirar a cortina que serve para apagar quem são os verdadeiros artistas”, diz Rael.
“A música preta brasileira é a base da cultura musical do Brasil e fazer reverência a essa base para essa audiência, nesse programa tão celebrado que completa 50 anos esse ano, é um presente para mim e espero que seja um presente para os telespectadores. Nós fizemos com muito amor e muita responsabilidade. A música preta brasileira é de todos nós, é uma preciosidade de todo povo brasileiro”, completa Maju Coutinho.
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O quadro ‘Música Preta Brasileira’ contou com Gilberto Gil, Carlinhos Brown, Russo Passapusso e Luedji Luna, com BaianaSystem, Olodum e Orquestra Sinfônica da Bahia como banda base, no episódio ‘Ritmos Baianos’, em Salvador.
No Rio de Janeiro, aconteceram as filmagens de ‘Samba’, com Alcione, Martinho da Vila, Xande de Pilares, Moacyr Luz e Teresa Cristina, com o Samba do Trabalhador como banda. No episódio de ‘Rap’, com Marcelo D2, Criolo, L7nnon, Emicida e Negra Li, com DJ DanDan e DJ Negralha como base e Thiago Jamelão em participação com Emicida. No de ‘Funk’, Dom Filo, Cidinho e Doca, Buchecha, Tati Quebra Barraco e MC Carol de Niterói, e Funk Orquestra como banda de base.
“A música preta no Brasil é muito rica e fazer esse primeiro recorte entre ritmos e artistas foi o mais complexo. É impossível, dentro de um tempo de tela de um quadro na TV, prestigiar todos. Foram muitas reuniões de pauta e fica a certeza que temos histórias para contar e artistas para prestigiar para mais algumas temporadas”, pontua Mariana Coelho, CEO e diretora estratégica da Coisas Artísticas.
Mariana Coelho e os diretores do Fantástico Celso Lobo e Jorge Espírito Santo definiram quais os principais ritmos estão mais conectados com o grande público. Após um trabalho de pesquisa, assinado pelo historiador Guilherme Botelho e pelo educador Felipe Choco, identificaram alguns dos artistas mais conhecidos, sem deixar de lado a nova geração que mantém a sonoridade.
Após o término da primeira edição do ‘Música Preta Brasileira’, Mariana Coelho diz que a sua maior lição no projeto foi entender quem está ao seu lado na caminhada e porquê.
“Pessoas são determinantes para o processo e valorizar quem passou por todos os obstáculos com você e como passou, dentro e fora da equipe, desde a ideia até a celebração dos resultados, foi sem dúvidas o meu maior ensinamento”, disse Mariana Coelho.
A CEO e diretora estratégica da Coisas Artísticas fala que há interesse em novas temporadas e formatos do ‘Música Preta Brasileira’.
“Estamos com conversas para estas continuidades. Ainda temos muitas histórias para contar sobre as raízes da nossa música e artistas para exaltar. É um sonho (não tão distante) esses outros formatos”, revela.
Aliada à luta antirracista, Mariana Coelho, ao ser perguntada sobre como enxerga a evolução do mercado da música e do entretenimento sob a ótica da diversidade, tanto em uma lógica de reparação histórica, quanto na formação de uma nova construção social mais igualitária, analisa: “Foram os brancos que construíram uma visão de branquitude na nossa história, então nada mais justo que os mesmos a desconstrua! Ser aliado deveria ser o básico até invertermos a lógica e o antirracismo ser uma pauta da branquitude”.
Para 2024, Mariana Coelho, CEO e diretora da Coisas Artísticas, diz que a missão da empresa é criar conexões relevantes. Assim, Coelho aponta que pode-se esperar, no próximo ano, o envolvimento da companhia em muitas frentes que os desafiem estrategicamente, criativamente e comercialmente.
“Em 2023 participei ativamente, levando o nome da Coisas Artísticas ou a minha expertise através das empresas parceiras, em centenas de ações no mercado publicitário. Foi um ano de muito trabalho e que trouxe muitas propostas e caminhos para 2024. Seguiremos com as parcerias comerciais já estabelecidas e com foco em desenvolver a continuidade dos projetos proprietários como o ‘Música Preta Brasileira’”, conclui.