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A Fábrica por Bernardo Sim: Divas de Duzentos Mil (Parte 1) – Miley Cyrus

Se a apologia à drogas em “We Can’t Stop” não foi suficiente, o VMA 2013 marcou a nova fase de Miley Cyrus. Seu disco “Bangerz” foi lançado por volta de três semanas depois do evento, e as 270.000 cópias vendidas o tornaram o quinto álbum (contando os anos Hannah Montana) de Miley a emplacar um número 1 na Billboard.

Miley Cyrus veio com uma proposta que já tinha dado certo: desde Britney Spears com “…Baby One More Time” à Katy Perry em “I Kissed A Girl”. O público americano gosta de ver uma menina – que poderia ser sua vizinha – se aflorando sexualmente. E este público gosta de criticar o processo. Decidir o que “pode” e o que “não pode”, argumentar sobre os limites do bom senso, e até tentar rebaixar a artista de seu âmbito artístico. “Bangerz” já veio polêmico desde o título, que é uma gíria (‘bangers’) estilizada de forma urbana (com Z). Muitos críticos fizeram questão de desautorizar Miley Cyrus à se apropriar da cultura urbana, dizendo que ela era muito *branca* e *rica* para fazer twerking, explorar o hip hop, usar grills nos dentes, entre outras coisas. Chamaram tudo de sensacionalismo barato.

Diferentemente das outras ‘Divas de Duzentos Mil’ desde artigo, porém, os 270.000 de Miley Cyrus vieram bem-vindos. O dueto com Britney Spears em “SMS (Bangerz)” e com Madonna (mashup de “Don’t Tell Me” e “We Can’t Stop” no MTV Unplugged) colocaram Miley no patamar contemporâneo em que ela quer pertencer. Não é uma questão de ganhar Grammy’s ou vender milhões de discos. É quebrar recordes no VEVO, causar polêmica no Instagram e lotar os shows da turnê. Acredito que Miley Cyrus é a primeira grande artista pop desde Lady Gaga (em sua fase “The Fame Monster”) a focar a sua atenção inteira nos meios não-tradicionais de exploração da arte. A superexposição faz parte desta geração de fãs que quer fazer parte da vida do artista dentro e fora dos palcos. A conexão não se limita mais ao âmbito musical (profissional), passando a cada vez mais ganhar espaço na esfera pessoal.

Drogas (“We Can’t Stop”), nudez (“Wrecking Ball”) e masturbação (“Adore You”) são apenas alguns tabus que Miley Cyrus explorou sobre a vida de uma jovem americana. Ela entende que, por hora, é muito mais importante firmar a sua ‘nova imagem’ para abrir espaço para outros grandes projetos. Duzentos mil discos nunca deram tão certo.

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