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A Fábrica: Paris Hilton, a rainha da house music?


Patricinha, loira burra, herdeira da cadeia de hotéis Hilton, fútil, polêmica, devassa, exibida: são muitos os nomes que usam para xingar a agora trintona empresária (e artista?) Paris Hilton.

Paris Hilton é neta do Conrad Hilton, que fundou o grupo de hotéis e resorts Hilton em 1919, e hoje conta com mais de 540 hotéis mundialmente. Independentemente, Paris Hilton já conquistou vendas que ultrapassam $1.4 bilhões de dólares com a sua linha de perfumes, patenteou a sua famosa frase “that’s hot”, protagonizou uma franquia de reality shows na MTV chamada “Paris Hilton’s My New BFF” (que teve edições nos EUA e em Dubai, nos Emirados Árabes), é dona de uma linha de artigos de moda (para meninas, mulheres e animais de estimação, incluindo calçados, roupas, bolsas, apliques de cabelo, etc), lançou um álbum musical de título “Paris” (que vendeu quase 200,000 cópias nos EUA), fez participações em diversos filmes e séries de TV, e esteve envolvida em uma das sex-tapes mais famosas de todos os tempos.

É justo dizer que o título de herdeira da cadeia dos hotéis Hilton não é o que ainda define Paris Hilton. Longe disso, Paris não tem absolutamente nada de boba – na minha opinião – e sabe como ninguém administrar a marca que seu nome se tornou, e a influência que ela tem em meninas adolescentes e nas mulheres em geral. Seu talento artístico é subjetivo, mas a socialite conseguiu provar que tem um poder superior às críticas de “tendo dinheiro é fácil”. Afinal, a milionária Kim Kardashian e a recente estrela (também milionário) de reality show Mike ‘The Situation’ Sorrentino jamais conseguiram emplacar seus singles.

Paris Hilton agora está trabalhando em seu novo projeto: se tornar a rainha da house music. Não é difícil enxergar que a música eletrônica é dominada por homens como David Guetta, Tiësto, Afrojack, deadmau5, Armin van Buuren, Kaskade, Above & Beyond, Avicii, Swedish House Mafia, Martin Solveig, entre outros. Paris virou ‘melhor amiga’ de Afrojack, um dos nomes mais respeitados da cena, e está trabalhando num álbum totalmente eletrônico para ser lançado em muito breve. deadmau5, #4 da lista de Top 100 (2011) da DJMag, também está envolvido no projeto.

Pense neste projeto desta forma: a Paris Hilton quer ser para a house music o que a Nicki Minaj está sendo para o hip hop. Paris, contudo, não precisa se preocupar com comparações do passado, pois nenhuma mulher chegou longe na cena de música eletrônica. Na principal lista de 100 DJs mais importantes do mundo em 2011, criada pela DJMag, não há *nenhuma* mulher. Paris Hilton quer ser esta mulher.

As opiniões de pessoas do meio variam. Muitos acham saudável a entrada de uma artista feminina na cena eletrônica, que possivelmente traria inovações e atrairia até mesmo um público diferente. Outros, porém, questionam se Paris Hilton é o nome certo para quebrar esta barreira. Como disse antes, seu talento é subjetivo. Sua visão empreendedora surpreende, e vou longe, deveria ser indiscutível. Mas a ‘modinha’ que toda celebridade pode virar DJ também pode denegrir – e muito – a reputação da música eletrônica. O envolvimento de deadmau5 no projeto é inclusive interessante, visto que ele é um defensor muito ativo desta reputação. Ele é conhecido por lutar por preços mais baixos nos ingressos do maior festival de música eletrônica atual, o Ultra Music Festival de Miami, e por ter criticado Madonna por incentivar o uso de drogas na música eletrônica com o título de seu novo álbum “MDNA”.

Resta esperar o que DJ Paris Hilton tem reservado para o público, em busca de uma coroa.

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