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A Fábrica: O futuro do consumo de música

“Será que uma indústria de entretenimento cara e emparedada é pior que um mundo sem música?”, questiona Bernardo Sim.

"Será que uma indústria de entretenimento cara e emparedada é pior que um mundo sem música?", questiona Bernardo Sim.

Muitos esperavam que o mundo fosse acabar na virada do ano 2000. Diziam que os computadores falhariam, e por consequência, o mundo entraria num caos digital irreversível. O Século XXI chegou e o caos digital previsto não ocorreu… Pelo menos não de forma generalizada. No ano 2000, porém, um serviço chamado Napster se popularizava em torno da transferência de músicas de forma livre, grátis e ilegal, transformando a experiência virtual e a indústria do entretenimento para sempre.

Numa tentativa de resgatar o lucro sob a venda de músicas, Steve Jobs (foto), falecido CEO da Apple, lançou a loja virtual iTunes em 2001. O iTunes, na contramão das gravadoras e artistas, decidiu priorizar singles (música de trabalho) ao invés de álbuns (um CD completo), criando uma subcultura no caos do compartilhamento de arquivos. Steve Jobs baseou esta decisão no mesmo motivo que fez o Napster bem-sucedido: a frustração do consumidor em ter que comprar um álbum inteiro por causa de uma ou duas músicas que gostava. Os artistas, que começaram a promover suas músicas (vendidas a 0.99 centavos de dólar) ao invés de álbuns (vendidos a 12 dólares), passaram a ganhar cada vez menos por seu trabalho.

E a primeira década do novo milênio foi em volta da guerra entre os singles do iTunes, os CDs físicos das lojas de música, e os compartilhamento ilegal de arquivos nos programas P2P (Peer-To-Peer). É claro que a transmissão livre e grátis prevaleceu. As vendas de música passaram a cair ano após ano, e virou rotina ver lojas de CDs físicos fechando. O iTunes passou a investir mais em filmes, programas de TV e livros, e apesar de não ser o modelo ideal que os músicos procuravam, passou a ser a única e última esperança para se ter qualquer lucro possível com a venda de música. Com a popularização do iPod, iPad e iPhone, o iTunes passou a reagir, e as vendas digitais ultrapassaram as vendas de CDs físicos. Em 2011, a indústria da música apresentou crescimento em vendas pela primeira vez em quase dez anos.

Os críticos de mercado têm várias apostas para o futuro da música. Uns dizem que o iTunes (junto às outras lojas virtuais da Internet) continuará a crescer e a ser a única esperança da indústria musical. Outros apostam na privatização da arte, como no caso da música “Who’s That Chick?” (David Guetta/Rihanna) que foi patrocinada pelo salgadinho Dorito’s. A mais recente e poderosa aposta, porém, é a tecnologia de reprodução de músicas via streaming. Neste sistema, onde Spotify e Rhapsody são os maiores nomes, o usuário paga uma mensalidade (média de 15 dólares mensais) e tem acesso ao arquivo completo de músicas que o programa oferece. Muitos se recusam a aderir à esta tendência porque se sentem prisioneiros de uma tecnologia aonde você jamais possui – nem fisicamente, nem virtualmente – as músicas pela qual paga. Outros, porém, enxergam o valor pago como um acesso extremamente barato à todas as músicas que quer escutar ou experimentar.

No Brasil, a tecnologia de streaming ainda está distante. Como não há uma venda física e nem download de arquivo, o acesso à uma conexão rápida de Internet é imprescindível para acessar o arquivo de músicas destes serviços – tanto no computador quanto nos aparelhos móveis. O licenciamento de músicas para o país também parece ser uma barreia, visto que o Brasil foi um dos últimos grandes países a receber uma loja nacional do iTunes, que já se faz presente no mundo inteiro.

Se serão os usuários que vão pagar por música, ou se serão patrocinadores, ninguém sabe ao certo. O que é unânime é a vontade de se encontrar um modelo que faça com que os artistas lucrem novamente. Sem dinheiro, não há produção. Será  que uma indústria de entretenimento cara e emparedada é pior que um mundo sem música?

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