O que chama a atenção na carreira do Justin Bieber em termos de mercado, porém, é o período de ‘amadurecimento’ que está sendo criado em volta do artista. O dueto com Usher no remix de “Somebody To Love” e a participação da banda Rascal Flatts em “That Should Be Me” sinalizaram que o maior desafio do Bieber (e sua equipe) seria cativar um público mais velho e, muitas vezes, masculino. Enquanto “One Time”, “Baby” e “U Smile” eram o suficiente para estabelecer um público dentre as adolescentes histéricas, estas não conseguiram criar uma base tão grande de fãs homens e mais velhos. Com um pop chiclete de letras simples, e apresentações com muita dança e autotune (no melhor estilo Usher), Justin Bieber construiu sem querer uma imagem muito focada em seu visual e pouco estruturada por seu talento e história.
Tudo mudou com a estreia de seu documentário “Never Say Never”, que marcou junto ao single “Pray” o início de uma nova era para o canadense Justin Bieber. O filme perdeu por um milhão de dólares a posição de número 1 nas bilheterias de seu fim de semana de estreia para a comédia romântica “Esposa de Mentirinha”, mas muito mais do que a venda de tickets, “Never Say Never” representou uma imersão na vida por trás do astro teen. “Pray”, por outro lado, mostrou um lado mais sério e maduro do garoto, que me lembrou o lado humanitário de Michael Jackson em “Earth Song”. O filme e este single foram sucedidos pela confirmação de seu relacionamento com a também cantora Selena Gomez e o lançamento de seu álbum natalino “Under The Mistletoe”, que foi recheado de colaborações: Boyz II Men, Taylor Swift e The Band Perry na produção, e um dueto com Mariah Carey. Revisando: Rascal Flatts, Boyz II Men, Mariah Carey. Artistas que tem apelo com o público mais velho.
Atualmente trabalhando em seu novo álbum de estúdio, “Believe”, Justin Bieber confirma esta estratégia ainda mais. “Boyfriend”, seu primeiro single, teve um apelo masculino nunca antes visto nos trabalhos de Bieber. O single contou com produção de Mike Posner, Timbaland, Drake, Pharrell, Ke$ha, Kanye West e Lil Wayne, artistas notoriamente de público masculino, e se tornou o maior sucesso de Bieber na Billboard até hoje. Em sua primeira semana, “Boyfriend” vendeu mais de meio milhão de cópias.
Para estender ainda mais o apelo universal que está sendo criado por volta de Justin Bieber, foi anunciada uma faixa com o grupo britânico OneDirection para o álbum “Believe”, um novo livro sobre a sua vida está sendo escrito, e ainda há um projeto misterioso com Adam Levine e Ryan Tedder (do OneRepublic) sob o título “#Supergroup”. Justin Bieber e seu manager Scooter Braun ainda vão marcar presença na edição deste ano do Tribeca Film Festival, um dos mais respeitados festivais de filmes do mundo, onde serão homenageados pela sua “contribuição ao mundo dos negócios, tecnologia, artes, entretenimento e além”.
Acredito que ainda vamos ver muito mais parcerias estratégicas da parte de Bieber e sua equipe. O apelo universal que Michael Jackson, Ricky Martin e Elton John obtiveram deve ser repetido mais uma vez sob o seu comando. Há espaço para que o mundo tenha uma nova referência masculina no pop, e Justin Bieber tem toda a atenção e todos os ouvidos para se tornar este artista.