Não é a toa que Max Martin, que já produziu artistas como Britney Spears, P!nk e Ke$ha, ganhou uma vaga de produtor-executivo de “Overexposed”. A nova fase do Maroon 5 respira a fórmula de sucesso que se iniciou com “Misery” (que salvou, ao menos em termos de mercado, o álbum anterior “Hands All Over”), com letras monotemáticas e melodias parecidas, mas que ainda assim exploram o dance-pop com bom gosto. Não é tão simples, nos dias de hoje, se fazer um pop dançante de sucesso sem a presença de Nicki Minaj, Flo Rida ou Pitbull. Assim como os Bee Gees, porém, o Maroon 5 navega pelos mares do pop rock com a pitada certa de dance music. Não é segredo para ninguém que há toda uma metodologia na produção de um hit dance-pop, e fica interessante o fato que o Maroon 5 abraça e ao mesmo tempo faz uma sátira às máquinas que usam na edição de suas faixas.
A idolatria em volta de Adam Levine também não pode ser ignorada. Se já não era antes, o Maroon 5 definitivamente se estabeleceu em “Overexposed” como uma banda de uma face só. Jurado do The Voice e participante especial do seriado American Horror Story (segunda temporada), Adam ganhou o interesse do público e também se tornou protagonista de inúmeras fofocas nos tabloides do mundo inteiro. Há muito tempo não se via um interesse tão alto no vocalista de uma banda de rock. O seu tom de voz diferente – também altamente explorado no trabalho do Maroon 5 – encaixou direitinho na agenda do produtor Max Martin, famoso por utilizar tons pós-disco nas guitarras que acabam deixando espaço para que os vocais cresçam. Mais do que o vocalista, Adam Levine é o protagonista de todos os versos, de todas as faixas, do álbum inteiro de “Overexposed”.
E assim, Maroon 5 tecnicamente se tornou uma performance pop com essência de banda de rock. Turnê sem grandes cenários e trocas de roupa, mas com o astro maior Adam Levine sendo idolatrado como só os vocalistas de bandas mais maduras conseguiam ser. Dentre “Misery”, “Moves Like Jagger” e “Payphone”, três grandes hits que conseguiram engolir o catálogo antigo de sucesso da banda, como faixas “This Love” e “Sunday Morning”. Os Bee Gees da nossa geração estão colocando o rock (usando o termo livremente, sem entrar em grandes definições do gênero) nas baladas, nos shows lotados, e – principalmente – nas rádios de todo o mundo.