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A Fábrica: A fase e a face pop do Maroon 5

Bernardo Sim faz uma análise na nova etapa na carreira da banda liderada por Adam Levine.

Bernardo Sim faz uma análise na nova etapa na carreira da banda liderada por Adam Levine.

Desde os Bee Gees uma banda de rock Californiana não se entregou tanto ao pop dançante de guitarras acústicas e letras sobre o fim de um relacionamento. Em “Overexposed”, o quarto álbum de estúdio, o Maroon 5 decidiu jogar com as cartas que tem: um vocalista carismático, um som recheado de sintetizadores e efeitos, e letras sobre romance.

Não é a toa que Max Martin, que já produziu artistas como Britney Spears, P!nk e Ke$ha, ganhou uma vaga de produtor-executivo de “Overexposed”. A nova fase do Maroon 5 respira a fórmula de sucesso que se iniciou com “Misery” (que salvou, ao menos em termos de mercado, o álbum anterior “Hands All Over”), com letras monotemáticas e melodias parecidas, mas que ainda assim exploram o dance-pop com bom gosto. Não é tão simples, nos dias de hoje, se fazer um pop dançante de sucesso sem a presença de Nicki Minaj, Flo Rida ou Pitbull. Assim como os Bee Gees, porém, o Maroon 5 navega pelos mares do pop rock com a pitada certa de dance music. Não é segredo para ninguém que há toda uma metodologia na produção de um hit dance-pop, e fica interessante o fato que o Maroon 5 abraça e ao mesmo tempo faz uma sátira às máquinas que usam na edição de suas faixas.

A idolatria em volta de Adam Levine também não pode ser ignorada. Se já não era antes, o Maroon 5 definitivamente se estabeleceu em “Overexposed” como uma banda de uma face só. Jurado do The Voice e participante especial do seriado American Horror Story (segunda temporada), Adam ganhou o interesse do público e também se tornou protagonista de inúmeras fofocas nos tabloides do mundo inteiro. Há muito tempo não se via um interesse tão alto no vocalista de uma banda de rock. O seu tom de voz diferente – também altamente explorado no trabalho do Maroon 5 – encaixou direitinho na agenda do produtor Max Martin, famoso por utilizar tons pós-disco nas guitarras que acabam deixando espaço para que os vocais cresçam. Mais do que o vocalista, Adam Levine é o protagonista de todos os versos, de todas as faixas, do álbum inteiro de “Overexposed”.

E assim, Maroon 5 tecnicamente se tornou uma performance pop com essência de banda de rock. Turnê sem grandes cenários e trocas de roupa, mas com o astro maior Adam Levine sendo idolatrado como só os vocalistas de bandas mais maduras conseguiam ser. Dentre “Misery”, “Moves Like Jagger” e “Payphone”, três grandes hits que conseguiram engolir o catálogo antigo de sucesso da banda, como faixas “This Love” e “Sunday Morning”. Os Bee Gees da nossa geração estão colocando o rock (usando o termo livremente, sem entrar em grandes definições do gênero) nas baladas, nos shows lotados, e – principalmente – nas rádios de todo o mundo.

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