Alok é capa e recheio da revista “GQ” deste mês. Cheio de estilo, o DJ mais famoso do Brasil no exterior posou para fotos e lembrou que sua carreira foi feita de altos e baixos, que o fizeram ver a vida de outra maneira. À publicação, o artista falou sobre o impacto causado pelo acidente aéreo que sofreu, em 2018, além da perda da primeira filha e a crise de depressão.
Em maio de 2018, o avião em que Alok estava e saiu da pista num aeroporto de Juiz de Fora, em Minas Gerais, durante a decolagem. “O acidente deu um click na minha vida, aquelas transformações filosóficas que nos alertam. Recebi como lição que o único tempo real que a gente tem é o agora. Amanhã não existe. Não podemos deixar de realizar coisas com impacto positivos agora”, reflete.
Hoje, ele tenta aproveitar ao máximos o momento presente, após vencer uma crise de depressão. “Eu já vinha tentando trabalhar em mim umas crises existenciais. E que afloraram ali. Eu meio que presenciei um milagre. O que é ter sucesso? É ter bem material? Fama e dinheiro? Eu tive tudo isso e tive depressão severa. Então resolvi buscar outros sentidos para minha vida, intensifiquei meu trabalho filantrópico e isso me tirou da depressão”, conta.
Com uma agenda lotada, o DJ sentia que precisava diminuir o ritmo de trabalho. Tiveram meses que precisava dar conta de uma turnê pesada, entre 20 e 40 shows por mês. “Eu lembro que consegui três dias livres e fui para a Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso. Foi quando percebi que eu estava em crise, não estava pronto para voltar para a minha rotina, queria ficar mais lá, precisava ficar. Queria mais um mês descansando, mas obviamente não podia. Peguei o carro para ir embora e no meio da estrada parei e comecei a chorar. Alguns segundos depois apareceu uma galera que me reconheceu e se aproximou para tirar foto comigo. Nem chorar conseguia”, lembra.
Pai de Ravi, que nasceu em janeiro deste ano, fruto do casamento com a médica Romana Novais, os dois aguardam ansiosos pela chegada da segunda filha do casal, Raika. Aloka considera que está preparado para a chegada da menina, exatamente um ano após a perda do primeiro herdeiro.
“Quando perdemos o primeiro bebê, o sentimento paternal estava bem vivo em mim. Tudo representou um novo começo. Me achei mais preparado para o Ravi por causa da primeira gestação que não rolou. Preparado e ao mesmo tempo mais tenso. Tenso para vê-lo ali, vivo, real. E agora mais ainda preparado para a Raika, que vem exatamente um ano depois. Talvez nasça no mesmo dia, em janeiro de 2021”
E foi na pandemia do novo coronavírus que a pequena foi “encomendada, segundo Alok. Na mesma noite em que ele realizou a live da TV Globo, tendo 15 minutos transmitidos ao vivo na TV aberta e atingindo 27 milhões de pessoas na audiência.
“Nesta quarentena, eu vivi uma vida de casado, de relacionamento que eu nunca tinha vivido antes e tive certeza: ela é minha parceira de vida, minha melhor amiga. Isso tudo coroado com um dos maiores privilégios que é poder estar acompanhando o crescimento do meu filho junto com ela. Foi preciso esse choque para as coisas poderem se ajeitar. Em um sentido foi preciso morrer para renascer”, diz.