A série documental “Pra Sempre Paquitas”, com depoimentos de 27 das 29 assistentes de palco de Xuxa Meneghel, estreia no dia 16 de setembro no Globoplay. Dividido em cinco episódios, o documentário promete resgatar a história do cargo – que era o sonho da maioria das meninas nos anos 1980 e 1990 – e trazer revelações dos bastidores do “Xou da Xuxa” e do “Xuxa Park”.
Mas a verdade é que, ao longo das últimas décadas, as Paquitas já fizeram algumas revelações importantes sobre o que ocorria por trás das câmeras. Confira!
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Suspensões e ameaças constantes de demissão
As Paquitas viviam com a pressão psicológica de que poderiam ser demitidas. Elas eram suspensas de gravações ou de shows caso desrespeitassem alguma regra ou cometessem erros mais ou menos graves. O medo de perder o cargo era diário. “Marlene dizia tipo: ‘tá pensando que você é o quê? Vou te substituir, hein! Você acha que é insubstituível?”, lembra Andréa Faria, a Sorvetão, que quase ficou de fora do documentário por desavenças com a Xuxa.
“Eu ficava de castigo o tempo todo por qualquer coisa. Eu era muito envergonhada, já tinha joanete no pé, tinha que pular, eu ficava encurvadinha…”, lembra Tati Maranhão.
“Eu levava bronca porque falava tudo na cara. Aí, às vezes, eu ia para casa e ficava uma semana de castigo, afastada do programa. Ou a gente era cortada de alguma viagem”, conta Cátia Paganote, a Miuxa.
Paquitas sofriam abusos morais
Relatos de abusos morais nos bastidores do “Xou da Xuxa” são constantes. As Paquitas eram chamadas de “gralhas” quando gravavam músicas, e frequentemente eram insultadas de “burras” em salas de ensaio e no estúdio do programa infantil.
Críticas à aparência também eram corriqueiras. “Marlene diz que o público não gosta de ver gente feia”, Diane Dantas contou à Folha de S. Paulo em 1996.
Controle rígido de peso
Na autobiografia “A Minha Vida É Um Xou”, Cátia Paganote conta como Marlene Matos controlava rigidamente o peso das Paquitas – e o que elas podiam ou não comer. O peso era um pré-requisito para estar no palco. “Uma lembrança que faço questão de relatar é o fato da exigência de ser rigorosamente magra para ser e continuar sendo paquita do programa da Xuxa. Não tínhamos a opção de engordar”, diz.
“Quando alguém saía da linha, a gente levava uma advertência e ficava em casa. Se a Marlene achasse que uma de nós tinha engordado um quilo, a gente precisava subir na balança e voltava para casa com a missão de emagrecer dois quilos a menos do que mostrava na balança. A regra era ter 54kg”, conta.
Fiscalização da vida amorosa
Como a maioria das Paquitas era menor de idade, a vida amorosa também era fiscalizada, principalmente depois que entraram os Paquitos. Namoros eram proibidos, embora acontecessem. “Ninguém podia dizer que namorava”, já contou Sorvetão. Letícia Spiller namorou Claudio Heinrich, Bianca Rinaldi namorou Marcelo Faustini, e Tatiana Maranhão teve um caso com Xand.
“Não [podia] frequentar boates, bares e festas fechadas ou não; não sair à noite; não ter namorado ou paqueras; não beijar na boca; nunca sair desacompanhada dos pais; andar sempre com a barriga encolhida; frequentar aulas de etiqueta”, lembra Ana Paula, a Pituxita.
Salário das Paquitas
O cachê das Paquitas é uma curiosidade do público até hoje. “Ganhei um bom dinheiro e soube investir. As meninas que administraram o que ganharam estão bem de vida até hoje”, Gisele Delaia falou ao jornal Extra. Em 1996, a Folha de S. Paulo disse que as Paquitas Nova Geração receberiam salário de R$ 5 mil.
Já Cátia Paganote uma vez mostrou a carteira de trabalho. Recebia salário de R$ 733 em 1994, quando o salário mínimo era de R$ 70. Priscilla Couto, a Catuxita, confirma que recebiam bem, mas completa: “acho que poderíamos ter ganhado muito mais, para o tanto que a gente trabalhava”.