Fenômeno indiscutível do mundo da música, o grupo de K-Pop BTS também dita tendências no mercado literário. Indicações dos integrantes, sobretudo RM, são capazes de movimentar o mercado literário. Algumas obras, por exemplo, só foram publicadas no Brasil após recomendações do artista sul-coreano – com direito até a selos de “indicação do BTS” na capa.
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O mestre em Estudos da Linguagem Alexsandro Pizziolo confirma que o BTS realmente influencia o mercado… e as escolhas dos leitores. “Antes da pessoa pegar o ‘Amêndoas’, chegar na casa dela, abrir o livro, ela já sabia que era o livro recomendado pelo BTS”, diz, em entrevista ao podcast “Sarangbang”.
Confira 4 livros indicados pelo BTS!
1) “Atos Humanos” – de Hang Kang
Em maio de 1980, na cidade sul-coreana Gwangju, o exército reprimiu um levante estudantil, causando milhares de mortes. O evento de trágicas consequências foi transfigurado nesta ficção extraordinária, poética, violenta e repleta de humanidade. Construindo um mosaico de vozes e pontos de vista daqueles que foram afetados, Atos humanos é a demonstração dos poderosos recursos literários de Han Kang, uma das autoras mais importantes da cena contemporânea.
2) “Céu, vento, estrelas e poesia” – de Yun Dong-ju
Os poemas de Yun Dong-ju foram publicados pela primeira vez em fevereiro de 1948, num projeto encabeçado por Kang Cheo-jung, colega de faculdade que se tornara repórter de jornal e que assina o Posfácio, e, naturalmente, Jeong Byeong-uk, o guardador do único manuscrito que sobreviveu aos anos. Essa primeira edição traz, além dos 19 poemas (incluindo o Prólogo) da publicação originalmente planejada sob o título de Céu, vento, estrelas e poesia, cinco poemas enviados pelo poeta a Kang Cheo-jung por correio durante os seus anos de Japão, sob o subtítulo de “Sombras brancas”. Integra a edição uma seleção de sete poemas escritos desde a infância até 1939, retirados de um caderno pessoal intitulado Janela contendo 53 poemas (incluindo seis poemas riscados pelo próprio autor), totalizando assim 31 peças.
3) “Amêndoas” – de Won-pyung Sohn
Yunjae nasceu com uma condição neurológica chamada alexitimia, ou a incapacidade de identificar e expressar sentimentos, como medo, tristeza, desejo ou raiva. Ele não tem amigos ― as duas estruturas em forma de amêndoas localizadas no fundo de seu cérebro causaram isso ―, mas a mãe e a avó lhe proporcionam uma vida segura e tranquila. O pequeno apartamento em que moram, acima do sebo da mãe, é decorado com cartazes coloridos com lembretes de quando sorrir, quando agradecer e quando demonstrar preocupação. Então, no seu décimo sexto aniversário, véspera de Natal, tudo muda. Um ato chocante de violência destrói tudo que Yunjae conhece, deixando-o sozinho. Lutando para lidar com a perda, o garoto se isola no silêncio, até a chegada do problemático colega de escola Gon.
4) “Queria morrer, mas no céu não tem tteokbokki” – de Baek Sehee
Baek Sehee é uma jovem adulta com uma personalidade ansiosa e depressiva. A verdade é que, desde pequena, ela era introvertida e ultrassensível ― e as páginas do seu diário da infância não escondem que ela se sentia meio para baixo com frequência. Mesmo enquanto cai na risada com seus amigos, Baek sente um vazio interno profundo e que não faz sentido para ela. Agora, na fase adulta, além de conseguir pequenas doses de felicidade com a sua comida de rua favorita ― o tteokbokki, um bolinho de arroz quente e picante ―, Baek decide buscar na terapia uma ajuda mais certeira, e não comestível. Ela busca entender a si mesma e finalmente encontrar explicações e mais nitidez sobre a própria personalidade, que parecem ter lhe faltado durante toda a sua vida.