O movimento #GrammysSoMale, que critica a Recording Academy por desfavorecer mulheres no Grammy, continua firme nos Estados Unidos. Depois das declarações infelizes do presidente da Academia Neil Portnow, que por fim publicou um comunicado desculpando-se, 38 homens da indústria musical escreveram juntos uma carta pedindo o fim da disparidade de gêneros na premiação. O documento foi enviado à Academia, assinado por empresários, compositores e produtores por trás de popstars desvalorizadas. Tom Windish, empresário de Lorde, é um dos assinantes da carta. Scooter Braun, que cuida das carreiras de Ariana Grande e Carly Rae Jepsen, também. Justin Tranter, nome essencial na tracklist dos últimos álbuns de Britney Spears e Selena Gomez, idem.
A carta foi divulgada pela revista Variety. Leia na íntegra:
“Caro Neil Portnow e todos membros da Academia:
Estamos escrevendo para nos mostrarmos ao lado e em solidarieade com as mulheres que escreveram cartas sobre a disparidade de gênero, e pedimos que a Academia tome uma atitude mais significativa e robusta.
De 2013 a 2018, de quase 900 indicações ao Grammy, 90% foram para homens e menos de 10% foram para mulher [de acordo com um estudo de inclusão na música popular feito pela Escola de Comunicação e Jornalismo Annenberg da USC].
A Academia deve refletir toda a indústria musical e ser feita “pelas pessoas para as pessoas”. Falhas estruturais na composição da Academia por si só levaram a questões sistêmicas na seleção de candidatos e vencedores para os prêmios. Agora é a hora da Academia liderar, ser transparente e dedicada a transformar sua base de membros para realmente refletir a diversidade rica de gêneros e culturas de nossa comunidade. A Academia deve revelar a diversidade (e/ou a falta dela) de seus membros votantes e fazer mudanças necessárias para melhor refletir a diversidade de vozes da indústria musical, às quais a organização deve servir.
Nós nos demos conta que toda a indústria musical, nós incluídos, temos um trabalho significativo a fazer para alcançar a diversidade de gêneros e etnias. Se a Academia aspira ser uma representação autêntica de nossa indústria musical, então é hora de liderar a inclusão. A Academia tem a responsabilidade de tomar medidas agressivas para avançar para o bem maior de nossa comunidade criativa.
Assinado por
Chris Anokute, Young Forever, Inc.
Dave Ayers, Big Deal Music
Joshua Binder, Davis Shapiro Lewit et al
Scooter Braun, SB Projects
Cliff Burnstein, Q Prime
Steve Bursky, Foundations Music
Rich Cohen, LoyalT Management
Matt Colon, Deckstar
Jaddan Comerford, Unified Music Group
Pat Corcoran, Haight Brand
Phil Costello, Red Light Management
Marty Diamond, Paradigm Talent Agency
Dan Friedman, Equative Thinking
Eric Greenspan, Myman Greenspan Fox Rosenberg Mobasser Younger & Light LLP
Elliot Groffman, Carroll Guido & Groffman LLP
Michael Guido, Carroll Guido & Groffman LLP
Randy Jackson, 1963 Entertainment
Evet Jean, Opulent AM
Kenny MacPherson, Big Deal Music
Billy Mann, Manncom Creative Partners
Peter Mensch, Q Prime
Brian Message, ATC Management
Ian Montone, Monotone, Inc.
Craig Newman, ATC Management
Scott Rodger, Maverick
Aaron Rosenberg, Myman Greenspan Fox Rosenberg Mobasser Younger & Light LLP
Anthony Saleh, Emagen
Rich Schaefer, LoyalT Management
Brian Schwartz, 7S Management
Dalton Sim, Nettwerk Management
Drew Simmons, Foundations Music
Chris Tetzeli, 7S Management
Justin Tranter, JSFG Publishing
Jake Udell, TH3RD BRAIN
Dean Wilson
Tom Windish, Paradigm Talent Agency
Henny Yegezu, Equative Thinking
Jeremy Zimmer, United Talent Agency”
Depois de ter dito que as mulheres “precisam avançar” e se inserirem em cargos executivos caso queiram ganhar Grammys, Neil Portnow voltou atrás. Na semana passada, ele anunciou a formação de uma força-tarefa para promover o “avanço feminino” na Academia, mas não revelou detalhes concretos da medida.