A série “1899”, nova aposta da Netflix dos mesmos criadores de “Dark”, estreou na última quinta-feira (17) cheia de expectativa e até polêmica, incluindo uma acusação de plágio por parte de uma quadrinista brasileira. Acusação essa que os criadores da produção negam.
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Vamos explicar: durante o fim de semana, a quadrinista brasileira Mary Cagnin apontou similaridades entre sua HQ, “Black Silence”, lançada em 2016, e a série “1899”, destacando elementos chave bastante similares de ambas as produções e levantando a suspeita de um plágio por parte dos criadores da série.
“Está tudo lá: A pirâmide negra. As mortes dentro do navio/nave. A tripulação multinacional. As coisas aparentemente estranhas e sem explicação. Os símbolos nos olhos e quando eles aparecem. As escritas em códigos. As vozes chamando por eles. Detalhes sutis da trama, como dramas pessoais dos personagens, incluindo as mortes misteriosas“, escreveu Mary Cagnin em suas redes sociais.
ESTOU EM CHOQUE.
O dia que descobri que a série 1899 é simplesmente IDÊNTICO ao meu quadrinho Black Silence, publicado em 2016.
Segue o fio. pic.twitter.com/1deBicrBeQ
— Just Mary (@marycagnin) November 20, 2022
Para a quadrinista, os criadores de “1899” poderiam ter tomado conhecimento de “Black Silence” durante a Feira do Livro de Gotemburgo, na Suécia, em 2017.
“Participei de painéis e distribuí o quadrinho ‘Black Silence’ para inúmeros editores e pessoas do ramo. Não é difícil de imaginar o meu trabalho chegando neles. Eu não só entreguei o quadrinho físico como disponibilizei a versão traduzida para o inglês”, afirmou.
Criadores de “1899” respondem acusação de plágio
Claro que a repercussão da acusação de plágio feita pela quadrinista brasileira iria crescer a ponto de chegar aos criadores de “1899”, que negaram prontamente qualquer possibilidade de plágio.
Baran bo Odar, em seu Instagram, afirmou:
“Obrigado por essas palavras gentis, elas significam muito para nós. Como já mencionei: infelizmente, não conhecemos esta artista, seu trabalho ou seus quadrinhos. Nós nunca roubaríamos o trabalho de outra artista, pois sentimos que somos artistas também. Entramos em contato com ela, então espero que ela retire essas acusações. A internet se tornou um lugar estranho, e peço por mais amor ao invés de ódio.”
Já Jantje Friese, também criadora da série, foi além e ainda afirmou que o burburinho causado pela acusação de plágio foi uma forma da quadrinista brasileira de vender mais da HQ “Black Silence”.
“Ah, internet! Não posto nada há anos porque, francamente, acho que as redes sociais se tornaram tóxicas. As últimas 24 horas provaram isso. Para contextualizar: uma artista brasileira alegou que plagiamos sua graphic novel. Para deixar claro: não o fizemos! Até ontem, sequer sabíamos da existência dessa graphic novel. Ao longo de dois anos, colocamos dor, suor e exaustão na criação de 1899. Esta é uma ideia original e não foi baseada em nenhum material anterior. No entanto, temos sido bombardeados com mensagens – algumas delas feias e ofensivas. Alguém grita lobo e todos pulam sobre ele, sem nem mesmo verificar se as afirmações fazem algum sentido. Claro que se isso for ser um plao para vender mais edições de graphic novel: bela jogada.”