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Há 10 anos (e com a habitual discrição), o R.E.M. anunciava seu fim

Hits como “The One I Love”, “Losing My Religion” e “Imitation of Life” seguem na memória afetiva de milhões de pessoas
Foto: Divulgação

Um dos capítulos mais tristes do rock na última década foi protagonizado pelo R.E.M. há exatos 10 anos. No dia 21 de setembro de 2011, uma das bandas mais celebradas da história encerrava as atividades com um anúncio em seu site oficial.

Da esq. p/ dir.: Mike Mills, Bill Berry, Michael Stipe e Peter Buck em foto de 1991, no auge comercial do R.E.M. (Foto: Lawrence Lawry)

“Aos nosso fãs e amigos: como R.E.M, e como amigos de uma vida inteira, decidimos colocar um ponto final na banda. Nós vamos embora com um grande sentimento de gratidão e de felicidade sobre tudo que nós alcançamos. Para todos que um dia se sentiram tocados com a nossa música, nossos mais sinceros agradecimentos”, dizia o comunicado.

À época, os membros remanescentes também publicaram mensagens individuais aos fãs. “Todas as músicas e discos significam muito para gente. Fazer parte de várias vidas é um dom inacreditável. Obrigado. Ainda somos grandes amigos e continuaremos a nos ver. Mesmo se for só alguém na loja de discos, ou em um clube, vendo um grupo de garotos de 19 anos tentando mudar o mundo”, escreveu o guitarrista Peter Buck.

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“Depois da nossa última turnê, nos perguntamos o que iríamos fazer, já que trabalhamos com música durante as últimas três décadas. Nos sentimos pioneiros nisso, não há brigas, não há advogados. Foi tudo muito amigável” disse o baixista Mike Mills.

“Um homem sábio certa vez disse: a habilidade em ir a uma festa é saber a hora de ir embora. Estamos muito felizes, construímos coisas fabulosas juntos e isso ninguém vai apagar. Nossa maior gratidão a quem nos permitiu fazer tudo isso. Tem sido incrível”, concluiu o vocalista Michael Stipe.

Banda foi referência para outras como Nirvana e Radiohead

O R.E.M. foi formado em 1980 pelo baterista Bill Berry, o guitarrista Peter Buck, o baixista Mike Mills e o vocalista Michael Stipe, quando todos ainda estudavam na Universidade da Geórgia. Em pouco tempo ganharam as rádios universitárias e tornaram-se uma das bandas de rock alternativo mais respeitadas dos Estados Unidos.

Murmur” (1983), o álbum de estreia, ajudou a banda a se tornar cult entre os jovens norte-americanos. O primeiro hit no Top 10 americano viria quatro anos depois com “The One I Love”, do álbum “Document“. Ainda no fim de 1987, a revista Rolling Stone colocou o R.E.M na capa com a manchete “A Melhor Banda de Rock and Roll da América“.

Os anos seguintes marcariam o ápice comercial do R.E.M. Com o lançamento de “Out of Time” (1991), a banda passou a integrar o primeiro escalão do rock. A banda saiu consagrada do VMA 1991 com seis troféus, incluindo Clipe do Ano pelo megahit “Losing My Religion”, e do Grammy em 1992 com três prêmios (Álbum de Música Alternativa; Melhor Performance Pop Duo/Grupo e Melhor Clipe por “Losing My Religion”).

Ainda em 1992, o R.E.M. deu uma guinada radical em seu som e lançou o corajoso “Automatic For The People“, um álbum majoritariamente acústico e com muitos arranjos de corda. Para muitos o melhor trabalho de toda discografia, que traz outros hits como “Everybody Hurts” e “Man on the Moon”. Outra reviravolta viria em 1994 com a chegada de “Monster“, trabalho que contrastava com o som de seus antecessores e trazia muitos sons de guitarra distorcidos, overdubs mínimos e toques de glam rock dos anos 1970.

O último álbum como um quarteto foi “New Adventures in Hi-Fi” (1996), que marcou a despedida de Bill Berry por problemas de saúde. Depois que o baterista deixou a banda em 1997, a banda seguiu como trio e adentrou os anos 2000 mantendo seu sucesso de público e crítica.

Foi neste período que o R.E.M. esteve duas vezes no Brasil: em 2001 foi um dos headliners do festival Rock in Rio, onde tocou para 180 mil pessoas (o maior público da carreira), e sete anos depois retornou com a turnê do álbum Accelerate (2008) para shows em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.

Ainda lançaria o álbum Collapse Into Now em março de 2011, poucos meses antes do comunicado que ninguém gostaria de receber. A discrição que marcou os músicos por toda a carreira foi a tônica na hora de sair de cena. A separação foi amigável e os membros decidiram dedicar-se a seus projetos solo após terem vendido mais de 90 milhões de álbuns e colecionado prêmios e fãs em todo o mundo.

Relembre o histórico show no Rock in Rio 2001:

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