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10 álbuns e EPs cobrados e ignorados pelo público em 2018


Tem acontecido com frequência: cantores demoram anos para lançar álbuns, fãs passam todo esse tempo cobrando e reclamando, mas quando o artista finalmente coloca seu disco nas plataformas digitais… quase ninguém consome ou só um público muito menor do que o esperado dá atenção para o material. Os fãs, que tanto pediram, deixam “para depois” e os projetos artísticos fracassam. Mau desempenho comercial não significa baixa qualidade, mas popstars trabalham para serem ouvidos. O ano de 2018 foi marcado por vários casos assim. Fica a lição.

Christina Aguilera – Liberation

A popstar botou fim nas brincadeiras de “Lotus Tour” com seu primeiro álbum em seis anos. O disco estreou em 6º lugar na Billboard 200 e logo despencou. No restante do mundo, não foi diferente. Nenhuma das músicas do álbum entrou na Billboard Hot 100. “Fall In Line” só apareceu em péssimas posições nas paradas de outros países – como 99º lugar no Reino Unido e 97º lugar no Canadá. Nenhum certificado, também. Não vingou. Tanto tempo ausente fez com que o grande público não sentisse mais falta. Mas ela pelo menos recebeu duas indicações ao Grammy.

Justin Timberlake – Man of the Woods

O álbum quebrou o hiato de cinco anos do cantor sem discos, mas não agradou. Embora não tenha ido exatamente mal em vendas (mais de 415 mil cópias puras nos Estados Unidos), o desempenho comercial deixou muito a desejar comparado com os dois discos de Justin de 2013. O “The 20/20 Experience” vendeu 968 mil cópias só na primeira semana e o “The 20/20 Experience – 2 of 2” bateu 420 mil unidades em duas semanas. A verdade é que, no Brasil, muita gente nem lembra que Justin fez o show do Super Bowl e lançou um single e clipe por semana neste ano. Lembra?

Nicki Minaj – Queen

Tão aguardado pelos fãs e adiado por um ano, “Queen” acabou sufocado pelas polêmicas extra-música. Falou-se mais da briga de Nicki Minaj com Cardi B, da troca de ofensas com o ex-namorado Meek Mill e da associação com o rapper 6ix9ine (réu confesso em um caso de pedofilia) do que sobre as músicas. Nick usou seu programa de rádio na Apple Music para tratar de controvérsias ao invés de promover o trabalho de verdade. O disco foi completamente ignorado pelo Grammy Awards e se tornou o segundo da carreira de Nicki Minaj a não pegar o topo da Billboard 200 (o que rendeu mais blablablá, com ataques dela contra Travis Scott). O fato é que só um single pegou o Top 10 na parada americana, “Chun-Li”, e mesmo assim despencou na semana seguinte.

Jessie J – R.O.S.E.

Não se culpe se não se lembrava que a cantora havia lançado um disco em 2018. Aconteceu em maio, quatro anos após o “Sweet Talker”. O hiato e o tempo em que Jessie J passou voltada para versões estrangeiras do “The Voice” enfraqueceram sua relação com o público. A ideia de lançar o álbum dividido em quatro partes, ao invés de ajudar, causou ruído. As pessoas não deram muita importância para Jessie J lançando algo todo dia. O disco não apareceu nas paradas (o que significa que foi pouco ouvido) e nenhum single entrou em ranking nenhum também, nem no Reino Unido.

Iggy Azalea – Survive the Summer

Essa aqui lutou para lançar o EP. Iggy teve que descartar todo seu álbum “Digital Distortion”, trocar de gravadora e conseguir patrocínio para conseguir atender ao pedido dos fãs e lançar material novo. Lançou, mas ninguém ligou. Iggynorada. O EP apareceu somente em 144º lugar na Billboard 200 – um verdadeiro flop – e o single “Kream” foi o primeiro da Iggy em anos a entrar na Billboard Hot 100, mas só em 96º lugar. A turnê que ela faria em seguida foi cancelada, claro.

Rita Ora – Phoenix

Ainda é cedo para dizer que o álbum da Rita “não aconteceu”. Mas foram seis anos de espera – com muita cobranças do público e da mídia – para pouquíssimo barulho quando ele de fato saiu. Uma possível explicação é que quase metade do disco já era conhecida (os singles anteriores entraram todos, como “Anywhere”, “Lonely Together”, “Your Song”, “For You” e “Girls”). Nem no Reino Unido, mercado onde a cantora é mais popular, “Phoenix” se sobressaiu. Em sua semana de lançamento, pegou somente o 11º lugar na parada britânica.

Tinashe – Joyride

Demorou tanto a sair e foi lançado de qualquer jeito. A primeira vez que Tinashe falou sobre “Joyride” foi em 2015, liberando um teaser do álbum, que deveria sair naquele ano. Foram três anos de espera por parte dos fãs! O disco foi colocado de lado pela gravadora, teve grande parte do material descartado e trocado, e quando saiu o nome de Tinashe estava muito menos em evidência. “Joyride” pegou o 58º lugar nos Estados Unidos e o 78º lugar no Reino Unido. O single mais bem sucedido foi “No Drama”, com Offset, cujo clipe teve 22 milhões de acessos em 10 meses. Para se ter uma ideia, Anitta bateu 44 milhões de visualizações em “Veneno” em um mês.

Liam Payne – First Time

Vamos falar a verdade? Os lançamentos de Liam são uma grande bagunça. De contrato assinado desde 2017 para lançar um álbum, o cantor só conseguiu entregar um EP em 2018. O disco – com lançamento anunciado e adiado – foi inteiramente descartado após o fim do casamento com Cheryl. “First Time” veio na esteira de “Familiar”, single que já não havia vingado, e não chamou a atenção de ninguém. O EP não entrou nas paradas importantes de nenhum país e o single homônimo também não. O clipe da música não tem nem quatro milhões de acessos em três meses no ar. Liam logo deixou o material de lado e lançou “Polaroid” com Jonas Blue e Lennon Stella e vem investindo seu tempo na divulgação dessa faixa. Adeus, “First Time”.

Lily Allen – No Shame

A cantora começou a trabalhar neste álbum logo após o lançamento do anterior, mas levou quatro anos para lançá-lo. Os fãs sempre a cobravam pelas redes sociais. Mas, na hora de consumir, isso não aconteceu. Passado um mês do lançamento, nem 15 mil cópias (vendas + streams) do álbum haviam sido comercializadas no Reino Unido. No resto do mundo, nem se fala. Os dois singles, “Trigger Band” e “Lost My Mind”, também não fizeram qualquer barulho.

Toni Braxton – Sex & Cigarettes

O oitavo álbum da Toni Braxton saiu quatro anos após o disco dela com Babyface, vencedor do Grammy de melhor disco R&B. Esse aqui, contudo, não vingou. Ele amargou posições baixas nas paradas de todo o mundo, tornando-se o menos vendido da carreira da estrela americana. Nenhum single deu certo. Mas a redenção veio novamente com o Grammy: Toni foi indicada a três categorias – melhor performance R&B (“Long As I Live”), melhor música R&B (“Long As I Live”) e melhor álbum R&B.