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Termômetro: Lady GaGa – Born This Way


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Depois de 13 milhões de cópias vendidas com seu álbum “The Fame/The Fame Monster” e inúmeros hits emplacados ao redor do globo, Lady GaGa acaba de apresentar ao mundo o primeiro single de seu novo álbum. E não se trata de qualquer tipo de apresentação. A cantora passou meses falando sobre o single, divulgando implicitamente por redes sociais, premiações e entrevistas, prometendo uma das músicas mais fortes de sua carreira (como se fosse detentora de uma grande história musical). Os mais afoitos chegaram a falar no ‘hino de uma geração’.

Com toda a propaganda, era anunciada uma inevitável e iminente frustração por parte do público como um todo. “Born This Way”, entretanto, é um dos maiores acertos da carreira de Lady GaGa.

Por mais que o single tenha uma letra potencialmente apelativa e desesperada por atenção das massas (característica mais marcante da cantora), tudo é compensado pela utilização maestral da artista de artifícios como entonação correta ao longo de toda a faixa e da produção impecável. Tudo isso compõe, facilmente, uma das faixas mais fortes da breve carreira de Lady GaGa.

Por falar em produção, uma coisa não se pode negar: “Born This Way” faz referências audaciosamente gritantes à musicalidade de Whitney Houston e, principalmente, à faixa “Express Yourself”, hit de Madonna. A semelhança é tão grande que a própria Madonna precisou entrar em contato com Lady GaGa parabenizando-a pela faixa, dando sua devida benção à clonagem.

Mas vamos aos fatos: poderia Madonna ter se incomodado com tal cópia? Para bom entendedor, a grande característica que Lady GaGa vem roubando de “rainha do pop” é justamente a arte de copiar.

O grande trunfo de Madonna nas décadas de 80 e 90 foi a inexistência de um meio como a internet para explicitar todas as suas cópias, que não foram poucas: Edith Piaf e Nancy Sinatra foram referências sentidas e vistas. O mesmo se pode dizer de outros nomes como Marilyn Monroe, de quem Madonna copiou despudoradamente a imagem durante o final da década de 80. Cópias também foram explícitas de Marlene Dietrich (o vídeo de ‘Vogue’, de 1990, é uma máquina de Xerox da artista). Outra “inspiração” de Madonna foi a pintora mexicana Frida Kahlo, que foi referência ao longo da carreira da estrela norte-americana, desde a inspiração do videoclipe de ‘Bedtime Story’ nas suas telas ao desejo falhado de interpretar a sua figura no filme biográfico “Frida”.

Ora, tendo isso por base, a benção de Madonna ao single-cópia de Lady GaGa não poderia ser surpresa alguma. Se Madonna soube copiar dos melhores artistas que a antecederam, suas características mais interessantes, Lady GaGa o faz da mesma forma. E por mais que tal verdade seja dolorosa, a única diferença entre ambas é o fato de que a novata compõe produz todas as suas faixas.

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