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Sandy grava participação no DVD “Um Barzinho, um Violão” e dá entrevista exclusiva ao POPLine

Quando Sandy entra no estúdio armado no hotel Windsor Barra, no Rio de Janeiro, para gravar sua participação no DVD “Um Barzinho, um Violão”, da Universal Music, o público para. A plateia, formada majoritariamente por pessoas acima dos 40 anos, não é de fãs e se identifica mais com Zeca Pagodinho, Guilherme Arantes e Chitãozinho e Xororó, que também participaram do evento. A maioria faz comentários paternais, lembrando que a viu pequeninha. Cantar para eles é um desafio e Sandy sabe disso. “Nos meus shows, sinto aquele friozinho na barriga. Mas em eventos como esse, bate um nervosismo de verdade, porque é tudo muito diferente”, admitiu em entrevista ao POPLine na segunda (17/6).

Brincando com o público, que havia vibrado com a apresentação do seu pai e do seu tio, ela pergunta se as pessoas já estão cansadas. A gravação, eles sabem, irá até tarde. O tema são as trilhas das novelas dos anos 1980 e Sandy escolheu cantar “Meu Bem Querer” (de “Coração Alado”) e “Meu Bem, Meu Mal” (de “Brilhante”). “Djavan e Caetano Veloso. Já fui direto chutando o balde. Uma responsabilidade enorme. Socorro!”.

Ela começa a cantar a primeira e, no terceiro verso, a plateia não resiste e começa a aplaudi-la. Nada parecido havia acontecido até aquele momento. No fim, o diretor a elogia e diz que foi perfeito. Mesmo assim, ela pede para fazer de novo. “Eu gostaria. Vocês se importam?”. A plateia grita “mais uma, mais uma!”. Eles não se importam.

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POPLINE: Você está reluzindo felicidade ultimamente. Quem te vê no palco percebe isso. Parece que está mais feliz do que nunca. Tem algum motivo particular?
SANDY:
Nossa, obrigada! Não é uma coisa que se explica muito, né? É mais uma coisa de sentimentos, que não dá muito para pôr em palavras, eu acho. Em termos de sentimentos, eu realmente estou me sentindo realizada, em um momento tranquilo da carreira, seguro, um momento mais maduro, em que eu sei já qual é o meu caminho. Acho que isso tudo ajuda muito, porque quando você tá num caminho ainda um pouco incerto, sobre o qual tem dúvidas, dá uma instabilidadezinha, que às vezes é boa porque te traz força de vontade, garra, empenho, determinação, mas às vezes pode provocar esse medinho e essa insegurança. Estar em um momento mais tranquilo e seguro tem o lado bom de te trazer felicidade e satisfação. Então estou aproveitando esse momento, navegando por ele, e com muita alegria.

POPLINE: Sobre o DVD, você escolheu cantar “Meu Bem, Meu Mal” e “Meu Bem Querer”. Por que essas duas?
SANDY:
Porque são musicas que eu adoro. O Max Pierre, que encabeça o projeto, me mandou as opções de músicas e eu escolhi primeiro “Meu Bem, Meu Mal”, que estava lá na lista. Ele sugeriu três ou quatro pra mim, que pensou em mim, e já veio essa. Falei ‘ah, incrível, ótimo!’. Agora, “Meu Bem Querer” foi uma sugestão minha, porque eu adoro essa música, adoro o trabalho do Djavan, sempre fui fã dele. Lembro-me de eu pequeninha cantando no carro com a família, então tem um significado para mim. E eu gosto de fazer coisas que tenham algum significado. “Meu Bem, Meu Mal” também tem um significado. Uma vez eu cantei um trecho dessa música em um medley com o Caetano na festa de 40 anos da Globo. Foi um momento bem marcante pra mim. Eu tava super nervosa naquele dia, então resolvi relembrar. Pela primeira vez, vou cantar ela inteira, porque naquela vez foi só um trecho. Eu gosto de tentar encaixar um sentido pra mim nas coisas que eu faço, entendeu?

POPLINE: E o tema da gravação são músicas de novelas dos anos 1980. Você gosta de novelas?
SANDY:
Eu gostava muito. Na época dos anos 1980 e 1990, eu assistia muito, quando era criancinha e depois mais adolescente. Meu pai sempre gostou de ver novela e eu via junto. Hoje em dia… O tempo vai fazendo a gente se desapegar e deixar de lado, né? Mas de vez em quando eu vejo alguma coisa ou outra só para não ficar desinformada. Não tenho essa rotina de ver coisas marcadas na TV. Eu gosto TV “on demand” ou filmes que alugo no iTunes, no Netflix, essas coisas.

POPLINE: Tem alguma novela que te marcou?
SANDY:
No meu passado? Tem, tem. Aquelas que todo mundo gostava… “Renascer”, “O Rei do Gado”, “Mulheres de Areia”. Essa foi a época de ouro das novelas pra mim. “Renascer” e “O Rei do Gado” são meio parecidas, né, com o negócio de fazenda e tal. Era “O Rei do Gado” que tinha aquilo de Berdinazzi e Mezenga? Eu gostava muito.

POPLINE: Há algum personagem inesquecível?
SANDY:
Ah, eu lembro até da época da Odete Roitman. Eu assistia já quando era bem pequenininha. Como falei de “Mulheres de Areia”, a Ruth e a Raquel eram personagens bem fortes para mim na minha infância. Eu brincava de fazer cena no espelho, pra mim mesma. Imitava alguma cena que tinha visto. Chorava na frente do espelho. (risos) Sempre gostei de brincar de atriz.

POPLINE: Todo mundo sempre pergunta se você vai voltar a fazer novela. Se isso acontecesse, que papel você gostaria de interpretar?
SANDY:
Ui! Ah, algum papel que me desafiasse, um que fosse bem diferente de mim. Acho que todo mundo que atua, seja com experiência ou com não tanta, gosta de ter desafios. Eu, pelo menos, gosto muito. Minha ultima atuação na TV, atuando, foi em “As Brasileiras” – atuando mesmo, porque teve essa participaçãozinha em “Sangue Bom”, mas era bem pouquinho e eu era eu mesma. A última foi “As Brasileiras” e tive uma personagem muito diferente de mim: uma menina mimada, preconceituosa, e aí foi um desafio muito grande. Foi tão gostoso. Se eu fosse ter outro papel na TV, gostaria de algo desafiador assim. No cinema também. O filme [“Quando Eu Era Vivo”] ainda não saiu e as pessoas não viram, então é meio difícil comentar sobre. Mas é uma personagem também bem diferente de mim, uma história bacana. Pra mim, foi um super presente esse desafio.

POPLINE: E para ser protagonista? Nesta altura do campeonato, você aceitaria?
SANDY:
Numa novela? Então, eu já tive um convite ou outro, depois da Cristal, mas eu não pude aceitar, porque é muito transtorno. É muito difícil conciliar com a agenda de cantora, que, pra mim, é prioridade. Naquela época, a gente fez uma loucura. Eu gravava só três vezes por semana a novela, porque nos outros dias eu tinha que conciliar com o programa e os shows. E eu estava gravando o disco internacional, uma loucura. Não sei como a gente deu conta. Eu tinha 18 anos também, tinha mais energia. (risos) Quando eu lembro daquela loucura, que eu amei e não me arrependo nem um pouco de ter feito, eu acho que não faria de novo hoje. Eu gosto de me dedicar a uma coisa por vez. Geralmente não dá para ser uma coisa por vez, mas gosto de me dedicar mais aos meus projetos. Então, não daria para fazer novela. Mas outros projetos mais pontuais, eu com certeza faria. Estou só esperando me convidarem!

POPLINE: Para terminar, que música você escolheria para ser seu tema, se sua vida fosse uma novela?
SANDY:
Hummm. Isso é muito difícil. Eu teria que escolher uma das minhas músicas favoritas, não exatamente pelo que ela diz, mas porque foi uma música muito importante na minha vida, que é “Angel”, da Sarah McLachlan. Já foi tema de um filme, “Cidade dos Anjos”.

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