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A primeira entrevista de Flavio Nogueira, brasileiro selecionado para a “nova Rebelde”


Da noite para o dia, ele virou o assunto do momento entre os saudosos fãs de RBD e “Rebelde”. O carioca Flavio Nogueira, de 20 anos, morador do subúrbio, foi selecionado para ser um dos protagonistas de “Like”, a próxima novela teen de Pedro Damián, o mesmo produtor de “Rebelde” e RBD, conhecido por lançar novos talentos pelo canal Televisa. O mexicano esteve em São Paulo especialmente para os testes e fez uma aposta inusitada. Flavio não tem experiência alguma com atuação ou canto, e foi escolhido justamente por isso. Pedro queria alguém sem experiência. Na hora da audição, o que Flavio fez diante da banca? Embaixadinhas.

Seu personagem em “Like” será um garoto de comunidade pobre, que sonha em ser jogador de futebol e ganha uma bolsa de estudos em um internato de alta tecnologia. Toda a história, inspirada em “Rebelde” se passará nessa escola (como a Elite Way School), onde estarão reunidos adolescentes com diferentes talentos, ambições e nacionalidades. O papel de Flavio tem tudo a ver com ele na vida real: ele é jogador amador e fez embaixadinhas em todos os vídeos que mandou para se inscrever para as audições. Deu certo: chamou a atenção dos produtores, entre mais de seis mil vídeos postados com a hashtag #AudiçõesLike.

A seleção de um brasileiro para o elenco faz total sentido dentro do projeto. “Rebelde”, exibida em três temporadas entre 2004 e 2006 no México, encontrou no Brasil um de seus principais públicos. O grupo RBD, que saiu da trama para vida real, vendendo milhões de cópias, colocou 50 mil pessoas em seu show no Maracanã. Em sua última turnê, em 2008, sete dos 19 shows foram no país. “Like” também será uma novela musical – mas os detalhes de quem estará no grupo ainda são sigilosos. Nem Flavio sabe se fará parte. Ele admite que não sabe cantar. Mas é aquilo: o produtor quando quer faz milagre.

Pedro Damián não esconde que sua ambição é fazer de “Like” algo tão grande quanto “Rebelde”, 14 anos depois. Ele diz que “é hora da nova geração” – referindo-se ao sucesso do projeto anterior. A estreia está marcada para o segundo semestre no México, ainda sem confirmação de exibição no Brasil.

Flavio, como você soube dos testes?
Eu soube pelo Musical.ly, porque ocorreu uma hashtag lá. Fiquei sabendo e participei por lá. Na descrição da hashtag, vinha falando sobre futebol e eu me identifico muito com isso.

Antes da audição em São Paulo, teve outra seleção?
Teve só a seleção de gravar os vídeos para ver quem iria para São Paulo. Foram 30 pessoas selecionadas de um total de seis mil vídeos. Teve pessoas que não foram, mas ali na hora tinham 30 pessoas.

Como foi o teste?
A pessoa ganhava um número, chegava ao palco e tinha que contar sua história, mostrar o que sabia fazer. Perguntavam de onde você vinha, qual o seu nome, qual a sua idade, com quem você tinha ido… Eu acho que fui o único que joguei bola no palco, na hora da audição. Tirei meu tênis e joguei descalço. Foi isso. Depois a gente teve que esperar para eles escolherem as sete pessoas que ficariam até de noite. O Pedro chamou a gente, mostrou uns vídeos, deu dicas sobre câmera, essas coisas, e fez mais um teste. Nesta hora, eu fiz com a Maisa, porque fui o único que sobrei. Ele mandou formarem duplas e ninguém me escolheu. Eu sobrei! Aí a Maisa fez comigo.

A Maisa estava fazendo o que lá?
Ela participou dessa parte do teste. Depois, eu não sei, eles ficaram conversando lá. No fim, foi ela que anunciou meu nome como o escolhido.

Você já fez algum trabalho artístico?
Não, nunca tinha feito. Como o Pedro disse, ele estava procurando pessoas que não tivessem essa experiência.

E o que despertou essa vontade em você?
Ah! Desde pequeno, tenho essa vontade. Como eu estava falando com a minha mãe, eu sonhava em ser ator desde pequeno. Ainda mais um personagem em uma área que eu gosto, que é o futebol. Eu postei uns 14 vídeos no Musical.ly só jogando futebol. Fui selecionado e deu tudo certo no final.

Você foi sozinho do Rio para São Paulo para o teste?
Não! Eu fui com a minha mãe, porque ela me acompanha em tudo, né? (risos) Quando tem encontro com os fãs, eventos, ela me acompanha. E meu primo foi também. A gente foi de carro com ele. Saímos 1h30 da manhã e chegamos lá 8h20, eu acho.

Que fãs?
A gente faz encontros entre as pessoas mais famosas do aplicativo mesmo. Aqui no Rio, a gente faz bastante encontros. No aplicativo, eu já tenho 100 mil seguidores.

Mas você posta vídeos de futebol, né? Ou cantando?
Não, cantando não. São vídeos de futebol, de comédia… Todo mundo confunde que esse app é só de música, mas tem várias categorias. Você pode usar dança, esporte, maquiagem… tem pessoas com muitas qualidades diferentes dentro do aplicativo.

Quando você vai para o México?
Provavelmente, daqui a 15 dias, mas não é certo. Eu ainda não sei muita coisa, porque não me passaram quase nada.

Você vai sozinho?
Não, eu vou com a minha mãe! Ela realmente me acompanha em tudo! (risos)

Acho que ela ia enlouquecer de ver você indo sozinho para outro país, né?
É verdade! (risos) Ela vai comigo! Eu não sabia que ela ia comigo. Eu falei: “mãe, e agora? A gente vai ficar um longe do outro”. Aí ela falou: “eu tenho uma surpresa para te contar! Eu vou com você”. Eu comecei a chorar na hora, porque vi que teria mais um apoio lá. Só meu pai que não vai poder ir, por causa do trabalho. Minha mãe também trabalha, mas não é fixo. Ela é técnica em enfermagem, mas pode parar e ir pra lá.

Vem cá, você fala espanhol?
Não. Eu entendo um pouco e sei falar só algumas coisas.

Como vai ser isso?
Eles falaram que vou ficar estudando lá e terei todo o suporte para aprender o mais rápido possível.

O que você espera dessa mudança repentina na sua vida?
Espero que, daqui pra frente, só melhore. Essa oportunidade é uma coisa maravilhosa. Eu não esperava isso na minha vida. Está acontecendo de uma maneira tão boa! Tem muitas pessoas vindo falar comigo, me dando apoio. Estou muito confiante que só tenho a me aprimorar e vou me esforçar o máximo que puder. Só vai acontecer coisa boa!

Como é seu personagem?
Pelo que escutei do Pedro dando entrevista, o personagem é um menino de comunidade, que gosta muito de futebol. Ele entra para esse colégio Like e tenta se enturmar com as pessoas. O sonho dele é ser jogador.

Falaram que é um personagem gay.
Isso eu não sei. Falaram que vazou isso, mas eu não sei dizer. Não sei se é ou não é.

Como protagonista, você vai fazer parte da banda?
Isso eu também não sei.

Você será o único brasileiro?
Sim, o único brasileiro. O Pedro disse que serão 18 nacionalidades no elenco.

E você não sabe quem são as outras pessoas?
Ainda não sei! Acho que saíram alguns nomes, mas eu ainda não achei. As pessoas de outros países já foram selecionadas também. Tem gente da Colômbia, do Japão, dos Estados Unidos, da Argentina.

Boa sorte, Flavio! Tem mais algo que você gostaria de falar?
Eu falei lá na seleção e não acreditaram em mim… Eu acho que até o Pedro não acreditou. Eu falei que assistia “Rebelde” e acabei de achar aqui em casa as figurinhas da novela, que eu guardei até hoje. Tem um bolo gigante!

Mas você era muito pequeno na época!
Minha mãe falou que eu tinha oito anos. Eu tinha DVD, chinelo, eu gostava bastante! Era o “Rebelde” dos mexicanos de verdade. Não era aquele brasileiro, não.

Agora você que vai ser álbum de figurinha e chinelo!
É verdade! (risos) E eu vi no POPline que o Christian (Chávez) vai ser professor. Pô, cara, fiquei mais feliz ainda!