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Por onde anda Jessie J?


Segure essa: já faz dois anos que Jessie J lançou seu último álbum, “Sweet Talker”. A turnê homônima, por sua vez, acabou oficialmente no ano passado. Em 2016, ela fez 17 apresentações pontuais. Cadê essa mulher? Sumiu das rádios, da TV e até das redes sociais, de um modo geral. Os fãs esperam pelo quarto álbum, mas não há nenhuma informação concreta sobre isso. Nenhuma indicação de trabalho em estúdio, que justificaria o afastamento dos holofotes. Nada, nada, nada. Volta, Jessie J!

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Por um tempo, assumiu-se que a cantora havia sumido porque “estava na Austrália”. No ano passado, ela virou técnica do “The Voice” de lá e o programa não repercute internacionalmente como as versões americana e britânica. Neste ano, Jessie J renovou contrato e permaneceu no programa, o que novamente a deixou afastada da mídia em outros países, mas o “The Voice Austrália” já acabou há três meses! Depois disso, teve só “Superstar”, a música que ela gravou para o filme “A Era do Gelo: O Big Bang”, que não fez muito barulho…

FASE CONTURBADA

É importante dar um passo para trás para entender o cenário. Jessie J gravou “Sweet Talker” um tanto às pressas, para apagar o fracasso do disco “Alive” (2013), que ela abandonou assim que percebeu que “não ia acontecer”. Tanto é que ele saiu com 12 meses de diferença. Porém, com exceção de “Bang Bang”, o primeiro single, que foi um sucesso mundial, as músicas seguintes floparam – para usar o termo que os fãs de pop adoram. O próprio disco não foi lá essas coisas: se “Alive” alcançou o 3º lugar na parada britânica, “Sweet Talker” estreou em 5º. Jessie J, então, se viu em uma situação difícil com a gravadora. Haviam apostado nela, investido em dois lançamentos seguidos, e não tido retorno em nenhum dos dois. Geladeira? Possivelmente.

Bem, ela fez a turnê do disco, pelo menos. Mas, no dia do último show, escreveu: “Eu tive os melhores e piores momentos da minha carreira/vida este ano. Soa dramático, mas é a verdade. Com grande sucesso e benção, vêm os maiores testes e tombos”, escreveu. Na época, também disse em entrevista: “Tudo o que construiu minha personalidade e me tornou a pessoa confiante para ser a Jessie J, a fama levou embora. Como a espontaneidade, honestidade, ser mais aberta… apenas ser completamente mais transparente”. Por fim, certo dia, disparou no Instagram: “Dedicado a todos os filhos da p*** que tentaram me derrubar este ano. Aaaah, eu irei atrás de vocês em forma de letra e melodia. (risos) O retorno que durará para sempre (com dignidade)”. Ou seja, havia algo podre rolando e incomodando-a muito.

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ESCOLHAS DE CAMINHOS DIFERENTES

Jessie, então, começou a diversificar. Ela, que havia saído do “The Voice UK” para focar em seus álbuns, assinou com o “The Voice Austrália”. Fazia pouco sentido? Fazia. Ela também aceitou a proposta para um musical televisivo, o “Grease Live”, com Vanessa Hudgens e Carly Rae Jepsen: escolha duvidosa. Além disso, gravou “Flashlight”, uma composição de Sia e Sam Smith, para o filme “A Escolha Perfeita 2”: um acerto. O single alcançou o 13º lugar na parada britânica e a vice-liderança na Austrália, onde ela estava com tudo, aparecendo na TV semanalmente. Mas, no geral, “Flashlight” não foi capaz de jogá-la para cima novamente. Para quem já causou com “Price Tag”, “Domino” e “Bang Bang”, o single não representou nada parecido. Mas, claro, foi muito melhor que o anterior, “Masterpiece”, que havia amargado o 159º lugar na parada britânica…

DOENÇA

Há pouco mais de um ano, Jessie J revelou sofrer de Wolff-Parkinson-White, uma enfermidade que causa batimentos cardíacos irregulares e falta de ar. Em 2015, ela chegou a ficar internada, causando certa comoção nas redes sociais. Ela demorou a contar o que tinha, então as pessoas pensavam mil doenças possíveis. “Isso me afetou a vida inteira. Eu tive um pequeno derrame aos 17 anos”, revelou, “os hospitais tem sido secretamente a minha segunda casa durante a minha vida inteira e nunca é legal estar neles, mas eles sempre podem inspirar uma canção. Tentem ver o positivo em tudo”. Em seguida, ela retomou a agenda de shows, recuperando-se. Jessie J não gosta de cancelar shows. Faz mesmo com a pena engessada, se for o caso.

VAZAMENTOS
Com tanta confusão, na vida pessoal e profissional, a inglesa abraçou um hiato musical – talvez não intencional, mas que acabou acontecendo. Virou estrela de TV na Austrália e é isso aí. De novo, só material clandestino. Caíram na rede, neste ano, canções intituladas “Dangerzone” e “Sinister”. Em junho, ela confirmou que não tem planos de gravar nada e que está “tomando um momento para si”. Qualquer notícia sobre o quarto álbum é falsa. Ela diz que não parou de trabalhar nesses últimos dois anos, de diferentes maneiras, e não quer repetir o que fez anteriormente: um álbum às pressas, em meio a outros compromissos. Então, respondendo à pergunta do título, Jessie J está, sim, em pausa musical. Reorganizando-se. Se gostou, bate palma, se não gostou, paciência. Para os fãs, só resta a saudade.

JJ