Pabllo Vittar está cumprindo agenda de divulgação do single “Seu Crime” nas rádios do sudeste nesta semana. Durante sua participação no “Morning Show”, da Jovem Pan, a drag queen falou sobre a reação negativa que recebe de parte da sociedade brasileira. “O Brasil não está preparado para artistas LGBTQs que dão a cara à tapa e que falem a verdade. Você pode ser gay, você pode cantar, desde que seja heteronormativo e não fale as coisas que eu falo”, enfatizou a cantora, “ninguém quer ouvir essas coisas. Ninguém quer ouvir que a travesti morreu, que o gay foi assassinado, ninguém quer saber disso”.
A heteronormatividade é um conceito que diz respeito ao enquadramento da pessoa no padrão compulsório da heterossexualidade. Isso inclui não apenas a orientação sexual mas a manifestação da identidade de gênero – como se comportar, como se vestir, o que falar, o que fazer, etc. Segundo Pabllo, então, você pode ser gay desde que não pareça (“não dê pinta”). Uma drag queen é informação demais para reacionários.
“Esse ódio só me dá um input para levar meu trabalho cada vez mais longe, para lugares que precisam da minha mensagem”, disse a cantora, que de fato está interessada em expandir seu público. Ela prepara um EP internacional, com parcerias gringas, para este ano.