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Mc Trans lança novo clipe e explica que não se considera parte da “drag music”


O reality show Ru Paul’s Drag Race – provavelmente – é o responsável pela popularização da cultura drag em todo o mundo. Aqui, no Brasil, o reflexo disso pode ser acompanhado no espaço que transformistas tem ganhado na noite e também na internet. As discussões de gênero abrem espaço para maior tolerância e ainda que as mídias convencionais não tenham “abraçado a causa”, artistas por todo o país batalham diariamente para mostrar sua arte.

É o caso da Mc Trans, que ficou popular ao fazer shows no Rio de Janeiro como a primeira cover transexual da Anitta. Na época, ela adotava o nome artístico de “Mc Transanitta”, mas mudou seus planos e resolveu seguir sua carreira espelhada em outra diva pop: Britney Spears. Na internet, ao lado da sua amiga de todas as horas Romagaga, ela conquistou uma legião de seguidores e tem produzido clipes, webséries e vlogs que se tornam virais rapidamente.

Semana passada, Mc Trans conseguiu mais de 100 mil curtidas ao fazer um vídeo para comentar declarações religiosas da youtuber e atriz Kefera. “Foi um vídeo que não iria fazer, por vários motivos. Primeiro porque ela é mulher, e eu sou travesti. Só que no Facebook, ele cresceu muito rápido. Eu fiz ele pela minha fé. Como eu fui moradora de rua, Deus me ajudou a deixar de ser mendiga. Ele virou um protetor na minha vida.”, explicou ela ao POPline. Veja o vídeo:

Mc Trans adicionou: “Eu não me sinto famosa, eu me sinto uma pessoa que tem uma voz ativa. Uma militante. Uma personalidade forte. Eu sempre tive liderança. Eu me sinto como se eu estivesse numa sala de aula e eu fosse uma líder de estudo”.

Sem polêmicas, Mc Trans acaba de lançar seu novo clipe. “Lacração” passou de 150 mil acessos em seu primeiro dia e ela dispensa o rótulo da onda drag. Ela explica: “Eu sou trans. Eu vim antes desse segmento. Eu sou seguidora de cantoras de funk e justamente por isso eu nunca assisti Ru Paul. Eu sempre assisto programa de funk, eu adorava Lucky Ladies. Amava Carol de Niterói e Tati Quebra Barraco no programa. Eu não me classifico como essa nova era de drags cantoras. Acho lindo o que está acontecendo, muito bonito, é um movimento novo. É um espaço que as drags estão conquistando, mas que nós travestis já batalhamos há um tempo na música. Como antes de mim, que tivemos a Mc Xuxu que fez o hit “Um Beijo Para Travestis”. Ela é uma inspiração pra mim”.

Para deixar ainda mais claro, Mc Trans esclarece a diferença: “Eu não me monto. Eu tenho prótese, eu sou uma travesti, eu sou mãe, portanto eu não me considero desse movimento. Eu me vejo como parte do LGBTQ em geral.” Assista “Lacração”:

Ainda sobre suas inspirações, a carioca conta que faz parte da “B-Army”, legião de fãs da Britney Spears. “Eu sou a trans do funk e do pop, porque eu sou uma B-Army”, disse. Quando o assunto é parceria, ela é objetiva: “Eu sonho em trabalhar com a Valesca. É um sonho. Temos um estilo parecido de cantar e viemos da quebrada!”