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Justin Bieber no Brasil: cantor liga o piloto automático e faz show no Rio de Janeiro – com “Baby” e “All That Matters”


O cantor Justin Bieber desembarcou com a “Believe Tour” no Rio de Janeiro com a faca de dois gumes de quem está fazendo o mesmo show há 13 meses. Por um lado, a apresentação vista por 30 mil pagantes na Apoteose, no sábado, (3/11), foi isenta de erros. Todos já foram corrigidos com tanto tempo na estrada. É tudo impecável e sem espaço para falhas. Por outro, o cantor parecia estar ligado no piloto automático. É o que acontece quando você se acostuma a fazer o mesmo todo dia. Alguém se lembra de Charles Chaplin na fábrica de “Tempos Modernos”? Então.

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>> OMG: garoto invade palco e agarra o cantor no show do Rio de Janeiro.

Sem dúvidas, a estrutura da turnê é grande e impressionante – como todo belieber e boylieber já sabe. São oito músicos e 12 dançarinos no palco, com vários interlúdios no telão, e várias trocas de roupa (e até “sem roupa”). Não há nenhum artista masculino na atualidade que se arrisque a viajar com essa superprodução à la Michael Jackson (as referências a ele, aliás, são infinitas, como as luvas em pleno calor carioca). Nem Justin Timberlake, nem Bruno Mars tem toda essa infraestrutura, comum às divas. Além disso, o canadense ainda toca três instrumentos (violão, bateria e piano) e canta dignamente no bloco acústico da apresentação – com “Be Alright” e “Fall”. O resto é, na maioria, playback – ou base pré-gravada, afinal “todos os artistas usam base pré-gravada na hora de dançar”. E sobra coreografia no espetáculo.

Só que falta emoção, falta interação com o público, falta humanidade – o que os outros cantores citados esbanjam. Justin Bieber é comedido e se limita a fazer o que está no script. Ele até arriscou um “obrigado” em português lá para o fim do show, mas não passou disso. Há, claro, o momento em que ele convida uma fã para subir no palco e ser a musa de “One Less Lonely Girl”. Mas até isso está no roteiro, e soa artificial. As meninas, maioria do público, se matam para ser a escolhida. A da noite foi Luísa.

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O público, na realidade, é muito apaixonado. Os fãs gritam “eu te amo”, e ele parece não ouvir. Tentam fazer surpresas para ele, e o cantor parece não notar. É assim a maior parte do tempo, e a galera parece não se importar. Justin Bieber tem sua própria maneira de retribuir a comoção que sabe que causa. No Rio, ele cantou “Baby” – que ficou de fora do show de São Paulo – e ainda “All That Matters”, uma das novas, lançadas pelo projeto “Music Mondays”. Nada mal.

As músicas que mais animaram a plateia vieram na segunda metade do show. “Never Say Never” mostrou a capacidade do artista de mover multidões, e “Beauty and a Beat” colocou todo mundo para dançar. No fim, veio “Baby”, com o cantor dançando e sensualizando sem camisa, só para mostrar que não tem mais nada de bebê. Mas algumas fãs não entenderam e jogaram bichinhos de pelúcia no palco. Ele, claro, ignorou os presentes – mas dessa vez dá para entender.