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Jornal novaiorquino conversa com executivos da indústria fonográfica para explicar o desempenho duvidoso de “ARTPOP”, da Lady Gaga


ladygaga-jinglebellballNa edição deste fim de semana, o New York Post preparou uma reportagem especial para explicar o desempenho duvidoso do “ARTPOP”, novo álbum da Lady Gaga.

A matéria de quatro páginas na publicação fez uma análise sobre os acontecimentos na carreira de Gaga desde 2008, quando estourou nas paradas de sucessos com o álbum “The Fame”. “Ele já é conhecido como “ARTFLOP”… E não é apenas sobre vendas do álbum.”, introduz a matéria.

“Quando Lady Gaga abriu o VMA deste ano foi ofuscada pelo twerk da Miley Cyrus. Sua aparição no Saturday Night Live e seu especial de fim de ano com Os Muppets tiveram audiência mais baixa do que esperado.”, analisa a jornalista Maurren Callahan. “De repente, parece que o público em geral está cansado da imagem da Lady Gaga e até ela admite em entrevista que as pessoas acham que ela está acabada. O que está tão errado?”.

Com o subtítulo “O Circo inteiro foge”, a matéria continua explicando os desfalques que aconteceram na equipe original da artista nos últimos tempos. “Ela credita a Haus Of Gaga, sua equipe de estilistas e engenheiros, mas muita gente boa já passou por sua equipe. Troy Carter, empresário brilhante e leal que assinou com ela em 2007; Laurieann Gibson, sua coreógrafa e diretora de criação; e Nicola Formichetti, o estilista visionário que refinou sua abordagem genérica para vesti-la de forma excêntrica.”, explica.

Em novembro de 2011, Laurieann Gibson abandonou a “Haus Of Gaga” insatisfeita e, na época, alegou que até toalha de banho tinha que entregar para a estrela pop sair do banho. “Não quero julgar ninguém, mas o projeto ficou um pouco obscuro pra mim, criativamente falando.”, disse ela ao Entertainment Tonight Canadá.

Outra queda significativa na equipe de Gaga foi a saída do estilista Nicola Formichetti. “Eu fiz dois álbuns com ela, tem sido uns 5 anos… eu não posso continuar com isso todos os dias. Ela muda de roupa cinco vezes por dia, é uma loucura.”, disse ele. O estilista de celebridades Robert Verdi explica melhor: “Ela não sabe como fazer isso, como o Formichetti fez. As pessoas acham que é estúpido e fácil chegar num vestido de carne – mas é uma forma extremamente única de aproximar uma marca de talentos. Acho que ela precisa encontrar parceiros que entendam o caminho que Nicola fez”.

Troy_Carter_Lady_GagaA decisão mais chocante da carreira de Gaga veio no mês passado. Troy Carter (foto), um dos maiores responsáveis pelo seu sucesso, abandonou o barco uma semana antes do lançamento do “ARTPOP”. Pouco foi comentado, mas o Page Six relatou que a gravadora estava preocupada que o “ARTPOP” não tinha nenhum possível grande hit e pediu para modificar algumas faixas ou lançar o material como um EP. Ela se recusou e Carter, por sua vez, tentou intervir, sem sucesso. Gaga simplesmente não quis “adulterar sua arte” e acabou perdendo seu braço direito”.

A matéria continua com declarações de um executivo de gravadora que preferiu não se identificar. “Eu tenho muita experiência nessa área. Os artistas têm uma grande ajuda em seus primeiros álbuns e eles estão abertos a ouvir. Uma vez que os resultados do trabalho são positivos, o artista, invariavelmente, acredita que ele é o único responsável. Há casos em que o artista acha que se tivesse feito do seu jeito, ele seria maior ainda.”, explica. “Então, eles abandonam as pessoas que os ajudaram a chegar onde estão e contratam pessoas menos experientes, que permitem fazer tudo o que querem. Eu acredito que esse é o caso da Lady Gaga.”

“E sem ninguém para guiá-la, para dizer não… Lady Gaga, pela primeira vez em sua carreira, parece culturalmente surda, lançando um álbum que é ostensivamente sobre a arte moderna, como ela mesma descreve tão arrogantemente.”, continua a reportagem.

ladygaga-artraveA reportagem compara a situação da Lady Gaga à série de TV “Homeland”, que fez um sucesso avassalador e improvável em sua primeira temporada. Mas, para a temporada seguinte os escritores não tinham ideia para onde levar a narrativa e ousadia da história que conta o romance de uma agente da CIA bipolar que se apaixona por um terrorista. Como Gaga, “Homeland” foi uma surpresa: culturalmente relevante e super estranho, eletrizante na sua abordagem para queimar a história de forma veloz.

Para o New York Post, Gaga teve a sua grande chance de sair de cena e descansar a sua imagem quando sofreu uma lesão no quadril. “Ela nem sequer usou isso para descansar sua imagem, preferiu encomendar uma cadeira de rodas de ouro para chamar a atenção. Ela virou aquele convidado que não vai embora da festa”.

O problema mais crítico, segundo o executivo, é o controle de qualidade. “Nenhum dos singles dela desde a era “The Fame” fez tanto sucesso comercial e de crítica. O marketing por trás dela não consegue mais ser sustentada. Se o objetivo dela é ser mais escandalosa do que era antes, ela tem que primeiro escrever uma ótima música.”, concluiu.