O presidente Jair Bolsonaro usou o Twitter para rebater as acusações de que teria censurado a exibição do filme “Boy Erased” no Brasil. “Fui informado de que um ator americano está me acusando de censurar seu filme no Brasil. Mentira! Tenho mais o que fazer. Boa noite a todos”, escreveu o político.
“Boy Erased” deveria ter estreado nos cinemas brasileiros no dia 31 de janeiro, como estava previsto no cronograma da Universal Pictures. A distribuidora vinha divulgando o longa-metragem desde o ano passado e a produção havia ganhado trailer legendado e cartaz em português. A estreia, contudo, não aconteceu.
O filme faz uma crítica à chamada “cura gay”. Na história, o filho de um pastor batista é forçado pelos pais a participar de um programa de “conversão sexual” para se enquadrar no padrão heterossexual. Isso existe de verdade nos Estados Unidos: cerca de 77 mil pessoas estão submetidas – atualmente – a “terapias de conversão” no país. A Organização Mundial da Saúde (OMS) condena essas “terapias”, porque a homossexualidade não é uma doença para ser curada.
O escritor Garrard Conley, autor do livro no qual o filme se baseia, twittou: “Boy Erased censurado no Brasil. Eu senti que isso iria acontecer e é muito triste que esse tipo de coisa esteja acontecendo em um país maravilhoso”. O ator Kevin McHale, o artie da série “Glee”, fez duras críticas pelo Instagram: “meus caros brasileiros, o filme ‘Boy Erased’ foi banido no Brasil. Seu presidente está censurando conteúdo LGBT+. Banir um filme sobre os perigos da terapia de conversão é PERIGOSO! Bolsonaro é uma ameaça às vidas LGBTQ+. Eu te amo, Brasil, e vou lutar com vocês”.