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First Listen: “Bum Bum Dale Dale”, com pegada funk, é o single mais dançante de Maite Perroni


Maite Perroni, a ex-RBD mais bem sucedida na música e na TV, se reinventa em seu novo single, “Bum Bum Dale Dale”, com lançamento marcado para a próxima sexta (9/11). O POPline recebeu a música para uma audição em primeira mão e te conta detalhes. Como previsto, Maite mantém sua sequência de músicas dançantes, que tem sido uma aposta em sua carreira desde “Adicta” (2016), mas agora experimenta novas sonoridades. Se a cantora havia se aproximado da música urbana em parcerias com Cali & El Dandee em “Loca” (2017) e Alexis & Fido em “Como Yo Te Quiero” (2018), ela agora mergulha de vez neste segmento. Também com participação especial, neste caso do colombiano Reykon, “Bum Bum Dale Dale” é, sem sombra de dúvidas, um reggaeton como esses grandes que estão dominando a América Latina e conquistando o mundo. O diferencial da mexicana é uma pitada de funk.

Em entrevistas, Maite usou o termo “funkyton” (funk + reggaetón) para definir esse trabalho. A produção é dos brasileiros Pablo Bispo, Ruxell e Sérgio Santos (o trio Pankadón), profissionais parceiros de Anitta, Pabllo Vittar, Gloria Groove e Aretuza Lovi. Mas os produtores mais se aproximaram do universo latino-americano do que incutiram brasilidade à Maite Perroni. O resultado é mesmo uma mistura. O funk está ali, como uma batida rítmica que serve de base para toda a canção, mas não se sobressai a todos os elementos do reggaetón – reforçados pela presença vocal de Reykon. O início da música traz cordas, que dificilmente apareciam no funk carioca. “El Anillo”, da americana Jennifer Lopez, por exemplo, é um funk mais facilmente identificável. Na música de Maite, o gênero brasileiro aparece diluído, mais perceptível no refrão, intimamente entrosado ao reggaetón. Os dois são gêneros urbanos e se comunicam muito bem. “Bum Bum Dale Dale” é uma expressão que não significaria absolutamente nada, se não sintetizasse tão bem a união desses dois universos.

Mas não é desta vez que os fãs brasileiros ouvirão uma Maite funkeira – e, na verdade, duvido que seja isso que desejem. O funk fica por conta da produção brasileira. Os vocais da cantora são os seus habituais, até com algum recato ao cantar os versos sensuais, diferentemente de suas contemporâneas, que chutam com força as portas para se firmar em um mercado machista e predominantemente masculino. Maite chega de mansinho e é suave ao cantar “escuchá, mi amor, no sé si lo sientes, me sube un calor, que eso está caliente, como uma pimenta que arde en la boca” ou “quieres un beso? dáme, dáme. Más que eso? Bien, tu sabes: nunca pares, nunca pares”. Neste caso, a participação de Reykon é muito proveitosa, porque equilibra o punch que falta à titular da música. Os versos sexuais dele (como “no puso problema cuando el amor poseé”) são seguros – a pimenta que a faixa precisava. Maite ganha força nos refrões, com a repetição de “bum bum dale dale”, que convidam o ouvinte a dançar e se mexer. Arrisco a dizer que é o single mais animado dela. É totalmente para dançar. A cara do verão, que se aproxima.

O interesse em mesclar gêneros urbanos e conceber uma música cosmopolita (Brasil-México-Colômbia) denota a atenção que Maite dá às tendências de mercado. Dez anos após o fim do RBD, a cantora inegavelmente é a única com repertório popular. Se trabalhar bem o single, “Bum Bum Dale Dale” tem tudo para superar “Loca”, o maior sucesso da mexicana, certificado como platina na Espanha e ouro no México, no Chile e na Colômbia, com 228 milhões de visualizações no Youtube e 118 milhões de streams no Spotify. A nível global, “Bum Bum Dale Dale” é muito mais interessante: a batida de funk ainda é novidade lá fora e tem encontrado entusiastas.