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Entrevista: Pabllo Vittar fala sobre álbum novo, parceria com Diplo, clipes e início da produção do próximo disco

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Com seu álbum recém-lançado, Pabllo Vittar está soltando fogos e dando pulos de alegria – metaforicamente, mas por muito pouco. No dia do lançamento de seu primeiro disco, “Vai Passar Mal”, a drag queen conversou com o POPline por telefone e demonstrou toda sua excitação. A alegria é imensurável. O disco é resultado de um longo processo criativo, e o primeiro feedback do público foi bastante positivo.

Pabllo é a drag do programa “Amor & Sexo” e também daquela versão de “Lean On”, que virou “Open Bar” em sua boca. Se você teve acesso à Internet em 2015, você viu. Até o produtor americano Diplo, um dos integrantes do Major Lazer, assistiu ao clipe da brasileira – e gostou. Tanto é que entregou duas faixas para o álbum dela. Estrategista, no entanto, Pabllo usou apenas uma em “Vai Passar Mal”. Guardou a outra para o segundo álbum. Confira tudo isso e muito mais na entrevista. Mas leia ouvindo o próximo single da drag, “Todo Dia”, parceria com Rico Dalasam:

Quanto tempo você levou fazendo esse álbum? Como foi o processo criativo?
Nossa! Quando a gente terminou de fazer o EP, já estava com algumas ideias para o “Vai Passar Mal”, que nem tinha esse nome ainda. Não tinha nome nenhum. A gente começou a escrever, ter as primeiras reuniões… e o processo criativo inteiro levou um ano. Demorou muito! Compondo, gravando, aí a masterização ocorreu em Los Angeles, então o material voltava pra cá, e queríamos mudar algumas coisas, porque não estava legal ainda, ficava indo e voltando. Foi um processo bem demorado e criterioso, porque a gente queria que ficasse com a nossa cara, para que o pessoal reconhecesse a essência.

O disco traz uma parceria com o produtor Diplo. Como se deu esse encontro?
Siiiim! Eu não conheço o Diplo ao vivo ainda. Meu sonho é conhecer aquele varão! Nossa! (risos) Mas aconteceu no ano passado, quando a gente teve a experiência com o single “Open Bar”… O Diplo é um fã da música brasileira, e isso não é segredo para ninguém. Com “Open Bar”, ele se interessou e, quando começamos a fazer esse disco, ganhei essa música dele. Duas, na verdade. A outra estará no próximo álbum. A gente não quis botar as duas músicas do Diplo no mesmo álbum. A gente está escondendo o lacre para o próximo álbum. Foi bem legal poder trabalhar com ele. Um sonho. Sempre fui fã do Major Lazer, do trabalho dele, e ter o Diplo no meu primeiro álbum é o melhor presente que eu poderia ter ganhado.

Você falou que sempre gostou do Major Lazer, o que é evidente com “Open Bar”. Mas quais são suas outras influências?
Para esse álbum, tive muita influência da Allie X, da Lana Del Rey, e das músicas que gosto. Pude explorar meus gostos mais a fundo. Tem muita Rihanna. Esse último álbum dela, “ANTI”, me influenciou muito em algumas músicas, como “Irregular”. A letra é minha e eu escrevi para um cara mesmo, como sempre colocando minhas histórias na música, e tem muita influencia do “ANTI”. Tem influência do “Lemonade” também. Muitos artistas me influenciaram na sonoridade também. Consegui colocar um pouquinho de tudo que eu gosto. Quando escuto, reconheço isso. Ficou muito harmonioso e fiquei feliz com o resultado.

Ouça “Irregular”:

Qual a sua expectativa agora com o álbum lançado?
As melhores! Espero que os vittarloves abracem. Eles já estão abraçando. Só tenho a agradecer aos meus fãs, a Deus e à minha produção. Quero trabalhar bastante. O ano só começou! Quero trabalhar bastante nessa nova era. A gente está apostando forte no próximo single, “Todo Dia”, com o Rico [Dalasam]… (muda de assunto) Ai, eu tô muito feliz! Eu acordei hoje de manhã meio aérea. Não sabia o que fazia. Tinha um monte de mensagem, fiquei respondendo. Até agora, não sei direito.

A ficha está caindo, né?
Siiim, porque a repercussão está bem legal. Imaginei que o pessoal ia gostar de algumas músicas, porque tem aquela batida quente. Mas todos eles gostaram de todas as músicas, e estou bem feliz, porque todas têm minha mão ali.

A música com o Rico Dalasam vai ganhar clipe, né? Como vai ser?
Já está gravado. É bem diferente dos que eu vinha fazendo. Vamos trabalhar bem o visual. A gente está trabalhando com designers de um pessoal que se chama Farândola, aqui de Uberlândia. Eles que estão fazendo toda a arte, a parte criativa, vamos dizer assim. A gente assistiu alguns trechos ontem e está ficando bem legal. O clipe mostra mesmo a letra da música, o que é o “ser vadia”, o porquê de não poder mostrar nosso corpo, só no Carnaval. A gente vem com esse hino aí! Aaaaaaai, tô muito feliz!!

Quando vai ser o lançamento?
Está marcado para o dia 20, mas a gente pode lançar antes, porque o álbum já saiu.

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Que outras músicas você acha que renderiam clipes legais?
Nossa, “Ele É o Tal” é uma música que eu amo muito: é um feat. com a Laura Taylor, a Lia Clark e o Gorky. É uma música com uma vibe muito boa. Os fãs já estão pedindo clipe, e eu fico bem feliz. “K.O.” também renderia um ótimo clipe: é uma música que remete muito à minha essência. Sou maranhense, adoro um arrocha, amo um forró, amo o axé. A música traz muito esse negócio. Qual outra que eu quero gravar clipe? (risos) São várias! Tá vendo? Tô tão nervosa que até esqueço os nomes das músicas! (risos) “Então Vai”, com o Diplo, o pessoal também gostou bastante. Ah! E “Irregular”, que é a minha favorita! Quero muito fazer single com ela.

Eu vi a sessão de fotos com os bustos de manequins. Queria que você me explicasse o conceito.
A gente quis mostrar que o corpo pode ser usado de várias maneiras para expressar uma arte, e não necessariamente o corpo tem que estar enfeitado, pintado. A gente pode estar ali parado, estático. No meu caso, como drag, chamando Pabllo Vittar, com uma atmosfera bem feminina. Eu estou de cabelo comprido, mas não estou com peito. A ideia é quebrar essas barreiras de gênero. No ano passado, a gente afirmou o que vinha fazer e, neste ano, a gente vai concretizar: “chega de banalizar os gêneros”. A gente pode ser quem a gente quiser e usar nosso corpo como quiser. Escolhi fazer minha arte e uso meu corpo para ela 100%. Estou muito bem. (pausa) Ai! Estou tremendo! Estou feliz pra caramba! Falando com você e pensando um monte de coisa!

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Calma! Eu tenho uma dúvida, aproveitando que você falou sobre gênero. Quando vou escrever sobre você, não sei falo “ele”, em combinação com Pablo, ou “ela”, em combinação com drag. Como você prefere sua identificação?
Eu acho que gênero não importa, pra mim. Se você escrever “ele”, vou achar incrível, se escrever “ela”, também vou achar demais. Mas, quando estou de drag… eu não fico na frente do espelho duas horas me maquiando para a pessoa me chamar de ele, né? Fica chamando de “ela”! Ela é bonita, ela é cantora, ela é draaaaaag! Eu gosto de ser chamada no feminino.

Então vai ser “ela”. Eu vinha evitando usar o masculino ou o feminino para não ter deslize.
Imagina! Eu não tenho grilo com isso, não.

O jornal O Globo falou que neste ano você chega pra bater de frente com Anitta e Ludmilla, e você depois disse que não, que quer chegar junto…
Eu não falei isso! Nunca falei isso, gente! (risos) Quando apareceu na reportagem, fiquei feliz que estavam me comparando com elas…

Eles te jogaram lá pra cima, né.
Sim! Eu me achei: me colocaram lado a lado com Anitta e Ludmilla. Mas, pô, eu tô começando. Vamos entender que estou começando. Elas já têm uma estrada. Sou fã das duas. No dia que elas me seguiram no Twitter, quase enfartei, porque eu amo. No dia do Prêmio Multishow, pude assistir às performances delas pela primeira vez ao vivo. Cara, eu não ganhei o prêmio, mas eu ganhei um monte de outras coisas. Eu vi as bonitas lá arrasando! Quando eu vi a notícia, falei “é, legal”, mas depois veio a repercussão. Mano, cada um na sua! Meu sonho é fazer música com elas ainda. Eu acredito em tudo. Eu tinha o sonho de fazer música com Diplo e fiz. Quem sabe um dia com a Anitta ou a Ludmilla? Seria um prazer muito grande.

E o Diplo adora a Anitta também. Já podem fazer todos juntos.
Siiiiiiim! Ela é maravilhosa, ela sempre está lá com ele em Los Angeles. Ela é maravilhosa!

Como tem sido sua relação com a mídia nesse início de carreira?
Eu faço meu trabalho, e a mídia tem um papel fundamental na vida dos artistas. Sem a mídia, a gente não é nada. Você sabe disso. Às vezes, tem uma ou outra coisa que deixa a gente encucado. Mas não me incomodo, não. A gente está dando a cara à tapa, e tem que aceitar as coisas boas e as coisas ruins que a gente vai ler.

Como é ser uma drag na música brasileira?
Agora a gente tem uma demanda bem forte. Tem várias amigas que agora estão cantando também: a Glorinha, a Lia, tem várias meninas fazendo um trabalho incrível. A gente tem que dar esse suporte sim para o drag, porque é uma arte e merece ser valorizada. Eu levo muito a sério, porque muita gente se espelha na gente querendo alcançar algo melhor na vida, e acho isso incrível. A gente tem que dar o suporte para essas meninas – não só como cantoras, mas fazendo foto, dançando, performando, dublando, batendo cabelo. Todas essas meninas estão fazendo um papel muito importante. Não só eu. O povo prioriza muito “ah, Pablo, cantora”, mas tem várias meninas fazendo outros trabalhos e temos que olhar também.

Para terminar, você estabelece metas e resoluções para cada ano? Quais são as de 2017?
As de 2017 são consolidar minha nova turnê, “Vai Passar Mal”. A “Open Bar” foi um ano de sucesso… nunca pensei que fosse viajar um ano com a turnê de um EP! Agora, a gente está começando os preparativos para a nova turnê. Já estou começando também o segundo álbum, sim. Já tem muita coisa para a gente fazer a gravar. Já tem letra, arranjos prontos… A gente foi terminando o primeiro e já pensando no segundo, então parar agora nem pensar.

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