Com 28 anos e 12 de carreira, ela ainda mantém a carinha de menina e voz poderosa marcante. Joss Stone está volta com um novo disco, novas influências e algo que ela lutou muito para conquistar: liberdade criativa. “Water For Your Soul” foi lançado em julho já com o crédito do selo Stone’d Records. O projeto é o primeiro desde “The Soul Sessions Vol. 2”, de 2012, e certamente traz uma artista mais segura do que quer fazer.
Sempre simpática, Joss conversou com o POPline por telefone sobre o novo projeto, as parcerias, o que está por trás de “Water For Your Soul”, o amor pelo Brasil e os fãs brasileiros.
POPline: Oi Joss! Como você está? Estamos ligando do Brasil. Você não é nem um pouco estranha por aqui. Já veio bastante!
Joss Stone: É um lugar incrível! Eu amo o Brasil! É sempre um lugar lindo para fazer shows.
E agora você está com seu sétimo disco de estúdio. Está sendo uma longa jornada, não acha?
É verdade, mas não parece uma jornada tão longa, eu acho. Mas talvez sim, quando eu contar os dias…
Eu contei. São 12 anos desde o lançamento de “Soul Sessions”.
Mentira! 12 anos? Nossa, é muito tempo mesmo!
Depois deste tempo todo, o que você diria a pequena Joss de 12 anos atrás? Que conselhos daria?
Eu diria “sempre siga sua intuição porque ela sempre está certa”. Sempre certa. (risos)
Você sempre teve essa voz muito madura e no início da carreira as pessoas brincavam que o que elas ouviam não condizia com a parte estética já que você era muito nova. Como você avalia esse amadurecimento após 12 anos de carreira?
Olha, não sei. Acho que eu fui amadurecendo como pessoa mesmo e isso acaba se traduzindo. Vamos dizer assim, se você olhar um livro, será diferente quando ele tiver 12 anos. Acho que é normal. Eu não amadureci mais do que todo mundo. E confesso que amadureci em algumas questões, outras não. É importante reconhecer isso e perceber que não é tudo.
Eu te acompanho desde o primeiro disco então me corrija se eu estiver errada, mas “Water For Your Soul” é o mais diversificado deles. A gente pode ouvir uma mistureba de sons no seu novo álbum.
Ah sim. Eu diria isso também, é uma verdade! Acho que agora que tenho essa liberdade eu realmente posso fazer qualquer coisa, musicalmente falando. Posso fazer essas escolhas que não tem absolutamente nada com o que já fiz previamente e acho que isso é belo! É belo poder ter essa liberdade e esse[o disco] é o resultado.
E você lutou por essa liberdade.
Muito! Demais! (risos)
A gente também pode dizer que o disco é o resultado das suas andanças com a turnê por diferentes lugares?
Claro! A inspiração veio em parte da colaboração que eu tenho no Reino Unido com um produtor incrível. Ele trabalha com muita música do gênero “world” e diferentes sons e escalas. E tem esse jeito de cantar indiano que é comum no gênero, mas difícil. Isso me fez pensar e isso combinado com a turnê e as colaborações nos shows modificaram muito o som do projeto. É inspirador! Eu preferi não ignorar essas influencias diferentes, abracei essa diversidade.
E é desafiador mesmo após este tempo todo de carreira.
Ah, sim (risos). É um pouco, mas pelo menos não é algo chato.
Algumas das faixas – “Love Me” e “Wake Up” – tem a influência do Damian Marley, com quem você trabalhou também no Superheavy. A gente já pode dizer que vocês são assim, melhores amigos em se tratando de fazer música?
Posso dizer que sim (risos), somos muito próximos neste sentido de criar música, com certeza. Ele é um cara incrível. Acho que é um dos mais caras mais bacanas que eu conheci em muito, muito tempo e sempre o admirei como músico. Tivemos oportunidade de escrever algumas músicas juntos e nos damos muito bem.
Você pode nos contar qual a inspiração para o título do disco, “Water for Your Soul” (algo como ‘água para sua alma’, em português)?
O título é como se fosse uma tradução literal para “se alimente”. É isso o que literalmente significa. “Se alimente” com qualquer coisa que você precise, qualquer comida, faça! Então “Water For Your Soul” é, você sabe… espero que estas músicas se tornem esta água e se você ama música, se você precisa de música, se música for necessária para você, então espero que você se alimente com elas.
O vídeo de “Stuck For You” foi lançado há alguns dias e conte a verdade: foi muito difícil gravar, não? Você fica debaixo d’água sem respirar, canta precisando segurar o ar!
Foi muito difícil e foi uma loucura sim! (risos) Mas confesso que estava nervosa a maior parte do tempo da gravação.
A ideia foi sua?
Foi!
Então você é louca, garota! Acho super difícil.
(gargalhadas) Eu sei que foi uma ideia louca (risos). Eu tenho essa amiga e ela disse uma vez para mim que ó “tenho esta piscina em casa e um equipamento incrível para gravar debaixo d’água e quando você quiser gravar um clipe então eu conheço um cara”. Aí eu “ahhh, então…” e eu comecei a pensar sobre o assunto. Esquematizei tudo e aí ele [o clipe] está.
Alguns fãs que leem suas notícias no POPline após ouvirem as novas músicas escreveram que você nunca os desaponta. O que acha disso?
Ahhhhh… isso é tão legal! Ai, Meu Deus… que fofo! Fiquei muito feliz e espero nunca desapontá-los mesmo.
Acho que os mais jovens sempre são ligados nesta questão de paradas musicais e você não está tão inserida neste meio como no início. Você já disse que prefere fazer música para você e para seus fãs, que cresceram com você, e pelos comentários eles reconhecem isso.
Isso é tão bom de ouvir! Eu acho que é importante fazer boa música mesmo se elas não entrarem nas paradas musicais. Ela pode estar no número 132, entende? O que importa é que ela seja boa!
E sobre turnê? Você pretende fazer algo especial com este disco?
Olha, não vou fazer uma tradicional turnê para divulgar o disco. Acho que nós vamos continuar com o caminho atual. O disco foi lançado, quem quiser ouvir ele está aí. E não há muita divulgação que você possa fazer sem ficar louca (risos). As pessoas já sabem sobre ele então eu vou voltar aos meus shows e as pessoas podem vir comigo neste caminho se elas quiserem. Então temos essas colaborações em cada país, fazemos essa visita gravada pelo meu irmão Harry e as pessoas podem ver o que está acontecendo.
Ah, sim. Já vi alguns destes vídeos. É uma maneira diferente de fazer um “bastidores de turnê”.
Exatamente. A ideia é essa!
Joss, nosso tempo acabou! Muito obrigada. Muito sucesso com o novo disco e como você ama o Brasil, volte sempre.
Eu amo o Brasil! Muito obrigada, querida (se despediu em português).