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Entrevista exclusiva: Icona Pop fala sobre turnê, vinda ao Brasil, álbum novo, Katy Perry e Miley Cyrus


“I don’t care / I love it”. Quem não lembra dos versos de “I Love It”, o grande sucesso da dupla sueca Icona Pop? Nem faz muito tempo. Lançada em 2012 no país de origem das cantoras, a canção só ganhou repercussão internacional no início do ano passado, quando balançou o mercado americano. O single vendeu mais de dois milhões de downloads nos EUA e alcançou o 7º lugar na Billboard Hot 100. Foi inevitável se perguntar: quem são essas duas?

Icona Pop é formado por Caroline Hjelt e Aino Jawo, que logo se tornaram rostos conhecidos mundialmente. As duas se apresentaram em premiações importantes, e foram convidadas para abrir os shows da Marina and the Diamonds em 2013. No ano seguinte, o voo foi mais impactante: abriram shows das turnês de Katy Perry e Miley Cyrus. Nada mal.

Prestes a vir ao Brasil pela primeira vez, o Icona Pop está gravando seu próximo disco. Em entrevista concedida ao POPLine por telefone, Caroline Hjelt garantiu que não sente pressão para repetir o sucesso e fugir do estigma de “one hit wonder”. No momento, está contando os dias para cantar em São Paulo – como parte do POPLoad Festival, que ocorrerá no dia 28 de novembro

Vocês estão em turnê o ano todo. Rola um cansaço?
Eu mentiria se dissesse que não estou cansada, porque tem sido muitas viagens, muitos voos. Hoje mesmo viajamos, então isso é cansativo, sim. Mas também estamos muito felizes com tudo que está acontecendo. Não reclamamos.

Qual foi o melhor momento da turnê de 2014?
É muito difícil dizer apenas um momento. São muitas lembranças boas. Passamos por lugares tão diferentes, conhecemos pessoas e plateias tão diferentes, e isso é muito enriquecedor. Ver as pessoas cantando cada uma de nossas músicas é uma realização. Acho que essa é a melhor parte.

Vocês estão fazendo turnê e morando nos EUA. Sentem muita falta da Suécia?
Não estamos morando nos Estados Unidos exatamente. Não temos uma casa lá. Ficamos de hotel em hotel, assim há quatro anos. É muito bom voltar para casa, ver a família e os amigos, mas não vou dizer que sinto muita falta da Suécia em si. É mais da família e dos amigos mesmo. Mas faz parte do trabalho.

icona pop

E o quanto a experiência nos EUA influencia a música de vocês?
Acho que o que mais influencia é a experiência na estrada, estar sempre viajando. Isso com certeza reflete nas músicas. E também o fato de que estamos sempre conhecendo e entrando em contato com pessoas diferentes nos EUA, o que leva a novos caminhos.

Vocêm cumprem agenda nos EUA até novembro e depois vem ao Brasil tocar em São Paulo. Recebem muitas mensagens de fãs brasileiros?
Estamos muito animadas por finalmente ir ao Brasil! Temos muitos fãs aí e recebemos sim muitas mensagens pelas redes sociais, então estamos ansiosas para encontrar todo mundo em São Paulo. Vai ser um máximo!

O que estão planejando para a primeira vinda ao país? Algo diferente?
Bem, será bem diferente para nós, porque será nossa primeira vez aí. Mas também temos algumas surpresinhas. Estamos em estúdio atualmente, e vamos tocar algumas músicas novas em primeira mão nesses shows. Não posso falar muito, mas vai ter músicas novas sim. Espero que gostem.

Vocês imaginavam que chegariam a tantos países diferentes com suas músicas?
É estranho quando você pensa nisso, mas eu e Aino sempre tivemos sonhos grandes. Nunca pensamos em fazer sucesso apenas na Suécia, essa é a verdade. Sempre quisemos levar nossa música para outros países. Então, é louco, mas também é o que sempre quisemos.

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Vocês abriram as turnês da Miley Cyrus e da Katy Perry neste ano. Como foi essa experiência?
Foi ótimo! Foram turnês maravilhosas. Elas são duas mulheres poderosas e extremamente legais. Nos divertimos muito nas viagens e aprendemos muito com as plateias gigantescas. Agora queremos fazer o mesmo com nossa turnê própria.

E elas são legais mesmo, como parecem ser?
Elas são super legais! Totalmente pé no chão. Sei que às vezes o ato de abertura é contratado e sequer troca meia dúzia de palavras com o headliner da turnê. Mas não foi esse o caso. Elas são muito receptivas. Saímos juntas, nos divertimos. Era uma vibe ótima.

Vocês mantêm contato com elas?
Agora estamos na Suécia, então não estamos muito em contato. Mas esperamos vê-las em breve quando retornarmos aos EUA.

E sobre o álbum novo, o que você pode adiantar?
Sim, estamos desenvolvendo o próximo disco. Já faz tempo que lançamos o outro. A gente ainda está no início, mas já sabe a direção que quer seguir. A experiência na turnê nos mostrou o que gostamos de cantar ao vivo, então temos essa bagagem agora. Mas não posso dizer muito sobre isso!

Mas podemos esperar músicas novas para o ano que vem?
Ai! É difícil dizer, porque ainda estamos mesmo no início, mas… bem, estamos trabalhando… Ai, não posso falar! Vamos esperar.

Vocês gravaram “Never Been In Love” com o Cobra Starship e depois remixaram a música. Como foi trabalhar com eles?
Ah, isso foi muito legal! Os caras são todos muito divertidos. E gravamos o clipe aqui na Suécia, então o Gabe [Saporta] veio para cá e foi maravilhoso. Gostamos muito de trabalhar com eles. Foi tipo uma colaboração dos sonhos.

Falando em colaboração dos sonhos, tem alguém com quem vocês gostariam muito de trabalhar?
Isso é sempre muito difícil de dizer, porque há vários artistas incríveis com os quais gostaríamos de trabalhar. Cada pessoa traz algo novo e é uma experiência diferente. Mas o Prince é um sonho.

Vocês fizeram muito sucesso com a Charli XCX em “I Love It”. Não pensam em trabalhar juntas de novo?
Claro! Estamos sempre falando sobre isso. Mas as coisas estão acontecendo para a Charli XCX agora, e estamos muito felizes por ela. É difícil encontrar um momento em que todas estejamos disponíveis para nos encontrar no estúdio. Ela está muito ocupada no momento com os shows e a agenda de divulgação dela, e nós também estamos em turnê. Então é uma questão de encontrar uma brecha.

Quando as pessoas pensam no Icona Pop pensam em “I Love It”. Você sente a pressão para emplacar outro grande sucesso?
É claro que podemos ver desse jeito. Mas preferimos enxergar de outra maneira. “I Love It” abriu as portas para a gente: nos apresentou para vários países, para vários públicos, e nos possibilitou voos mais altos. Então é assim que eu vejo. Não sinto pressão, não me preocupo de ter outro hit, porque sei o trabalho que fazemos e sei as músicas boas que temos. “I Love It” não me traz pressão, e sim empolgação.

Na sua opinião, a que se deve o sucesso dessa música?
Eu acho que era a música que as pessoas precisavam naquele momento. O refrão “I don’t care / I love it” é o que as pessoas queriam dizer. É fácil se relacionar e se identificar com isso. Além do mais, essa é uma ótima música. Não tenho dúvidas disso.

Há receita para o sucesso?
Receita para o sucesso, para emplacar um hit? Não, acho que não. Não existe nenhuma fórmula. É tudo resultado de um trabalho duro.

Para terminar, manda uma mensagem para os fãs brasileiros!
Obrigado pelo apoio de todos, mesmo a gente nunca tendo ido aí. Agora nós vamos! Estamos contando os dias para cantar no Brasil, estamos muito ansiosas de verdade. Vai ser demais!