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Entrevista: Duda Beat fala sobre o remix de “Bixinho”, encontro com Ivete Sangalo e nova parceria com Mateus Carrilho e Jaloo


Pé no chão literalmente. Duda Beat conversou comigo assim que pousou em sua cidade natal, Recife, e esta foi uma das poucas vezes que ao entrevistar um artista me senti batendo um papo com uma amiga. Confesso que sou fã, entretanto meu papel de jornalista não foi inteiramente afetado pela minha condição. Duda é realmente o que parece ser.

Cheia de leveza e naturalidade, a cantora falou sobre o lançamento do remix de “Bixinho”, que já está disponível em todas as plataformas digitais, e ainda contou mais detalhes sobre encontro com Ivete Sangalo, que se repetirá no carnaval, e do primeiro show que fará no Lollapalooza, em abril. A pernambucana ainda adiantou algumas novidades – confirmou lançamento de novas músicas e ainda deu detalhes da parceria com Jaloo e Mateus Carrilho, que terá um quê de Dua Lipa e deve sair no próximo mês. Confira:

POPline: Duda, obrigada por falar com a gente, é um grande prazer. Saiu hoje o remix de “Bixinho”! Por que você escolheu essa música para ganhar uma nova roupagem?

Duda Beat: O prazer é meu! “Bixinho” é a minha música de trabalho, do disco, e eu já tava com muita vontade de dar uma cara nova para ela. Na real, ela é uma música muito bem construída, sabe? Mas eu queria que as pessoas dessem uma rebolada com a música haha Então chamei meus próprios produtores, Lux e Tróia, para poder remixar a canção e ficou demais! Tá com uma vibe meio latina, “meio J Balvin”, tá bem gostoso, sabe? Tem um tema super gostoso e acho que todo mundo vai gostar. Eu tenho cantado ela nos shows, essa versão, e tá rolando super bem e aí agora é botar para o mundo! Eu estou super ansiosa e acho que vai ser um ótimo lançamento!

E ela veio a calhar com a esse momento de carnaval, né? Já que será mais dançante…

Exatamente! E nem foi pensado! Não fiz esse remix pensando em carnaval… Acabou que eu tive outros lançamentos nesse mês e aí calhou da “Bixinho” remix sair duas semanas antes do carnaval, o que é uma delícia! As pessoas vão curtir, vai ter esse ‘approach’ de carnaval… Vai ser legal!

Você falou sobre seus outros lançamentos e eu acho que a sua parceria com a Illy, “Só Eu e Você Na Pista”, também é uma música que casa muito com o carnaval! Como aconteceu esse encontro com a Illy?

Muito mesmo! É um dance hall e as pessoas têm pedido muito nos shows. Eu conheci Illy em uma entrevista, onde eu e ela estávamos sendo entrevistadas, e rolou uma empatia muito forte entre a gente, uma coisa muito gostosa. Logo depois Jorginho, meu assessor de imprensa, que é marido dela, começou a trabalhar comigo e nós ficamos muito próximas. Illy tinha um desejo de fazer alguma música com o Tomás, que é meu marido e meu produtor, e um dia ela e Jorginho foram até minha casa para mixar e me convidaram para participar. Foi uma felicidade muito grande, né? Ele (Tomás) por fazer outros trabalhos, porque ele é muito bom no que ele faz, e eu também, uma alegria muito grande. Aí eu acabei escrevendo uma parte nova, porque Tomás tirou alguns versos da versão original, e aí ficou assim. O resultado é muito bom!

Eu gosto muito do clipe dessa música também, a ideia veio de vocês?

A ideia foi da Camila Cornelsen, diretora do clipe. A gente entregou na mão dela, porque a gente já era fã e aí ela chegou assim e disse, “Deixa comigo! Vou fazer isso, vou fazer aquilo” e foi muito legal.

Outra parceria recente sua que eu também gosto muito é a com Omulu, “Meu Jeito de Amar”. O que mais me chama atenção aqui é que ela começa com um beat de funk e depois evolui para um arrocha bem nordestino, com aquele “teclado de seresta”…

Isso mesmo! Essa foi uma exigência nossa. O Omulu já tinha uma vontade grande de fazer alguma coisa comigo e eu com ele. Um dia ele mandou para o Tomás uma base e disse que pensou muito em mim para cantar a música. A gente ouviu o rascunho da base dele e eu fiquei muito animada, topei e já escrevi a letra. Foi muito rápido, no outro dia eu já gravei e foi de primeira! Aquele take foi de primeira, não mudei nada. Iria ser só a demo, mas acabou ficando porque ele achou muito bom. Então eu disse para Omulu, “eu acho ótimo ter o funk 150, já era uma vontade minha, mas acho que preciso trazer alguma coisa do meu universo, para os meus fãs também entenderem.” Porque eles podiam questionar, ‘Duda Beat cantando funk?’, ia ficar esquisito. Tem que conversar com a minha narrativa. Eu não posso fazer essa transição tão brusca. Mas as pessoas amaram e sempre pedem nos shows, tanto essa música quanto a com Illy. O feedback dessas canções tá sendo bem legal, eu estou bem feliz.

Tanto você quanto Illy, que é de Salvador, fazem parte de uma nova geração da MPB, que eu acho muito interessante, muito plural, com sotaques acentuados. Trazem ritmos, como o arrocha, ditos populares e muitas vezes esquecidos por algumas classes. Qual importância disso para você enquanto artista?

Uma importância muito grande e isso (o sotaque) para mim é fundamental, é minha marca. Eu moro no Rio há 14 anos, mas se eu começasse a fala com sotaque carioca, não iria ser eu. Eu acho muito importante reafirmar e tenho muito orgulho de ser de Pernambuco. Sempre brinco com Tomás que se eu engravidar, vou para Pernambuco só para meu filho nascer lá e dizer ‘Você é pernambucano também’ haha. Eu sempre quis trazer isso, eu quis que a minha terra também sentisse orgulho de mim e do que eu estou fazendo. Eu tenho essa vontade de levar o nome de Pernambuco para o mundo e não só o Brasil inteiro. Eu sou bem ambiciosa e se Deus quiser vai dar tudo certo! Estou trabalhando muito, não paro de fazer coisa nova e me entregar a essa profissão que sempre quis tanto ter. Estou muito feliz! Vou cantar com Ivete de novo, em Salvador, acabei de receber uma mensagem dela aqui! Estou vibrando!

Ah, eu já ia te perguntar sobre esse encontro com Ivete Sangalo mesmo. Foi em Recife, né? O primeiro…

Sim! E eu acabei de chegar em Recife e já recebi uma mensagem dela e já confirmei! “Dia 4 estou aí em Salvador”. Vou cantar com ela no trio e tou muito animada! O encontro com ela em Recife foi maravilhoso. O Dito, que cuida de tudo dela, já sabia quem eu era e no dia do show ele me falou que já tinha me mostrado para ela, porque amava meu som, mas ela ouviu, gostou e ficou por isso mesmo. Ele disse que depois de muito tempo ela disse para ele, ‘Rapaz, descobri uma menina…’ e ele disse para ela, ‘Descobriu nada, já te mostrei isso há muito tempo!’ haha Ele estava muito feliz, porque ela me descobriu ‘sozinha’ e disse que já me queria nos shows e tal. É uma alegria muito grande para mim. Meu sonho de ‘featuring’ é Ivete! E em Salvador vai ser bom demais. Da primeira vez, já foi incrível cantar “Eva” com ela. Ela ter dividido o palco dela comigo já demonstrou uma generosidade muito grande e assim, há artistas que não têm, né? Ter ela ali do meu lado, segurando minha mão e dizendo ‘Vamos cantar comigo’, me botando ali, me exaltando também, foi bem foda para mim. Muito importante.

E no trio será uma outra emoção, né?

Com certeza! Já cantei no trio em São Paulo, no Bloco TaradoNiVocê que faz uma homenagem ao Caetano, e aí foi incrível. Eu pensava ‘Meu Deus, agora eu quero cantar no trio para sempre!’ Minha empresária até riu, mas é muito bom. Uma emoção totalmente diferente do palco. Vai mudando o público, é muito louco, realmente diferente. Então quando conheci Ivete ela me convidou para cantar no Baile da Vogue com ela, que acabou não rolando, né? E eu também não iria mais, não dá mesmo. Sou muito ativista e tenho um público muito ativista, mas ela também me chamou para o trio e aí eu vou! Tá confirmado, dia 4 em Salvador, estarei lá! Espero dar conta!

Vai ser muito marcante com certeza. Outro momento que será marcante para você neste ano será o Lollapalooza, certo?

Siiiim, vai ser muito marcante. Essa semana, passei todos os dias vendo cenário, figurino, enfim. Estou muito animada para o Lolla e vou lutar com todas as minhas forças para entregar uma apresentação impecável e eu espero que as pessoas gostem e cheguem cedo para me ver! Porque meu show é cedo, mas eu prometo que as pessoas não vão se arrepender. Inclusive vou colocar Mateus Carrilho e Jaloo em cima do palco comigo!

Eu já estava com esta pergunta preparada, porque, em uma live no Instagram, Jaloo falou sobre essa parceria, mas disse que não sabia ainda quando esta música seria apresentada…

Tá bem perto de ser apresentada! A gente tem a vontade e quer lançar antes do Lolla, para quando chegar lá as pessoas já saberem cantar. A música é linda, é uma canção minha, eu escrevi com Tomás. Inclusive é a primeira música que escrevi para o Tomás, porque meu disco foi para os outros caras que não queriam nada comigo e agora estou inaugurando essa nova fase com “Chega”. O nome da canção é “Chega” e é muito bonita, tenho certeza que todo mundo vai amar. Ela é um pouco pop, um pop “classudo” meio Dua Lipa… Acho que todo mundo vai amar essa música. Eu e os meninos, a gente tá super empolgado! Vai ser demais, a gente tá animado pra caramba!

Você falou em “nova fase”, então o que podemos esperar de você em 2019?

Nesse ano, eu já lancei bastante coisa, né? Já lancei três singles e o remix de “Bixinho” é o quarto. Depois vem “Chapadinha Na Praia”, que é uma versão da Lana Del Rey. Vou acabar dando esse espaço porque estou lançando muita coisa e ainda tem a música com Mateus e Jaloo. No segundo semestre, quero lançar um EP acústico do “Sinto Muito” com cinco músicas, convidando artistas. Eu já tenho confirmado para “Bédi Beat” o Zé Ibarra, vocalista da Dônica, que tem uma voz linda… Ele vai cantar essa música comigo e é pra chorar! Quero lançar esse EP no segundo semestre, porque vou estar fazendo o disco novo que é para 2020 e eu não quero deixar um espaço muito grande sem lançamentos, então vou dar esse presente das canções do “Sinto Muito” repaginadas com piano, violão, uma coisa mais intimista. No final do ano devo lançar mais um single com o ÀTTØØXXÁ, a gente já tá conversando… Tem muita coisa ainda! Então esse ano vou lançar singles, a maioria já está bem adiantado, e vou começar a trabalhar o disco novo, é meio que isso.