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Entrevista: de fãs a parceiras musicais de Tiago Iorc, sucesso na internet e shows lotados; a nova vida da dupla Anavitória


A amizade entre elas surgiu por amor a música e alguns covers depois e uma boa dose de cara de pau, Ana e Vitória estão assinadas por uma gravadora, disco nº 1 do iTunes Brasil produzido por um dos seus ídolos, o Tiago Iorc, com direito a colaboração, faixa entre as mais tocadas do Spotify, mais de 14 milhões de visualizações no Youtube e shows com ingressos esgotados.

A transição de alunas de universidades para musicistas profissionais foi rápida, ritmo que difere totalmente da personalidade das duas. O POPline bateu um papo com as cantoras durante a preparação para sua primeira temporada no Rio de Janeiro. Tanto Ana quanto Vitória são tranquilas, pés no chão, não se deslumbram com o conquistado até agora e, com cautela, saboreiam cada momento, preferindo dar um passo de cada vez.

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Como está sendo a turnê desse álbum?
Vitória: Tá tão bonito (diz pausadamente)!
Ana: Tá muito legal! Estamos esgotando todos os ingressos.

Vocês farão uma temporada de shows no Rio, e os ingressos estão esgotados para duas datas. Vocês esperavam essa fidelização do público tao rápida?
Ana: A gente não esperava mesmo. Tanto é que a gente fez essa primeira turnê em lugares pequenos para sentir o engajamento e foi muito legal! Tivemos que fazer algumas sessões no mesmo local porque não estávamos conseguindo atender a todo mundo.

Por conta da carreira, vocês trocaram Araguaína, no Tocantis, por São Paulo. Como foi sair da casa dos pais, se adaptar na cidade grande, e passar a trabalhar com uma gravadora?
Ana: Ainda estamos nos adaptando (risos). A gente não está acostumada com nada disso porque nunca fizemos nada parecido antes, mas está sendo tudo tão legal…

Acaba virando diversão, na verdade, não é?
Vitória: Mas é muito isso! A gente não sente.
Ana: Exatamente!
Vitória: Estamos tão felizes fazendo, tá tudo tão bonito…

Vocês começaram no Youtube, então o contato com o público era virtual, por comentários nas redes sociais. No momento que ganham os palcos, encaram frente a frente essa plateia. Como é o contato com os fãs para vocês fora do ciberespaço?
Ana: É muito doido! Não sei explicar. A resposta que você recebia pela internet era meio fria. Tipo, você sente, mas você não sente, entende? Mas ali no palco é tudo na hora e você está vendo todo mundo apaixonado pelo o que você está fazendo. É uma troca só de coisa boa!

Passaram por algum perrengue ou situação difícil em São Paulo? Vocês saíram de uma cidade pequena para se aventurar em uma metrópole.
Vitória: Não passamos nenhum perrengue até agora não. Acho que a gente é muito sortuda (risos). A nossa família ainda mora em Araguaína no Tocantis e estamos morando nós duas.

E como está essa morada apenas vocês duas? Estou percebendo que vocês são bem tranquilas, mas dividir as tarefas pode não ser nada fácil.
Ana: Eu já morava sozinha há uns dois anos para fazer faculdade. Eu só estranhei mesmo a cidade. São Paulo é muito agressiva, não para. Todo mundo muito frio. Estranhei no começo, mas agora já me adaptei.
Vitória: Mulher, eu sempre gostei muito daqui. Eu sou do mundo, sabe? Nunca quis morar em Araguaína então quando saí de casa foi uma vontade tão doida de estar onde eu estava, que era aqui, fazendo o que eu estava fazendo, que nem senti muito isso. Sinto muita falta da minha família, mas me dei muito bem com São Paulo.

O Tiago Iorc produziu o trabalho de vocês. Todo mundo o conhece como cantor, até foi indicado ao Grammy nesta semana, mas como é ele no estúdio, como produtor? É meio chefão?
Ana: É um doce de pessoa! E super criativo também! Ele adivinhava muito o que a gente gosta em relação a som e instrumentos. Ele é instrumentista e muito bom no que faz. Foi muito bom trabalhar com ele.
Vitória: A gente sente muito conectado um ao outro. Acho que isso passou para a música quando fomos gravar o disco.

Até porque foi através de um cover dele (“Um Dia após o Outro”) que conseguiram esse contato aproximado. E essa cara de pau (risos)? De onde saiu a ideia de ‘vamos mostrar para ele’?
Vitória: Prazer, meu nome é cara de pau (risos). Mas a gente não tinha essa pretensão de “olha, você podia nosproduzir”.

Foi um agrado? Tipo de fã para ídolo?
Vitória: Exatamente! A gente ama aquela música e resolvemos fazer o vídeo dela. E aí a ideia de mandar para ele veio apenas depois. A gente só pensava assim ‘será que ele vai ver? A gente espera que ele veja e ache bonito’. E assim foi.

A pretensão era apenas do Tiago assistir. Aí ele assistiu e ainda chamou para trabalhar com ele.
Vitória: Surto, conhece? (risos) Todo mundo ficou louco! Mas foi massa. A gente ficou surpresa e foi tudo muito rápido, mas ficamos extremamente felizes.

E vocês ainda gravaram “Trevo” com ele. Não foi apenas coisa de bastidores. Conta pra mim, tem mais alguém com quem gostariam de cantar?
Ana: Cantar? Não sei cantar, não penso em ninguém agora, mas tenho muita vontade de compor com a Malu [Magalhães]. Ela é uma compositora muito linda e eu me identifico muito!
Vitória: Mulher, eu gosto de tudo e não posso te dizer um nome. Música é um troço de muita conexão um com o outro, sabe? Eu canto com a Ana porque a vida quis assim, com o Tiago a mesma coisa… Espero que a próxima pessoa também seja assim. Se fizer sentido para os dois lados, se for bonito, “tamo junto”.

Muitos artistas no início da carreira tem que fazer várias concessões para entrar no mercado. O quanto esse álbum é o que vocês queriam fazer?
Ana: Nossa, acho que ficou muito a nossa cara. A gente fez o disco independente pelo crowdfunding, sabe? E depois veio a Universal e ele continuou do jeitinho que a gente queria. Ninguém quis mudar nada e está exatamente como imaginamos no começo.

A dupla Anavitória começou a partir de uma amizade de escola. A relação mudou com a profissionalização? Ainda mais morando juntas!
Vitória: A Ana tá até sentada longe de mim porque não consigo ficar perto dela (risos)! A nossa amizade é algo muito engraçado, aconteceu por causa da música. E morar junto já é outra convivência, mas somos muito tranquilas. A Ana é libriana então ela é uma balança. Eu tenho ascendente em libra então acho que a gente equilibra todas as coisas. É tudo tranquilo. A verdade é que a gente não lava uma louça, mas dá tudo certo no final (risos).

O importante é que a convivência resulte também em música depois!
Vitória: O hit da louça (risos)
Ana: (risos)

Vocês estão com um clipe no forno. A gente pode saber de algo?
Ana: Na verdade, assim, não (risos). Só podemos dizer que vai ter clipe de “Agora eu Quero Ir”, mas não podemos falar mais do que isso.
Vitória: Se não vai ser spoiler. Espero que todo mundo goste!

E já tem novos planos?
Ana: A gente não tem planos para um futuro muito distante. Estamos aproveitando esse período de turnê, se descobrindo na estrada, vendo o que a gente gosta e o que não gosta, trabalhando o disco. A hora é hora de fazer isso.
Vitória: A gente sempre pensa nas coisas muito devagarzinho, sabe?

Percebi isso. Vocês são muito tranquilas, fazendo pequenos testes, pé no chão.
Vitória: É, não dá para dar o passo maior que a perna. E a gente tem que viver o que temos para viver.
Ana: E as coisas estão acontecendo muito rápido. Se você ficar pensando muito além você não vai aproveitar nada do que está acontecendo agora.

Mas com os números (quase 200 mil inscritos e 14 milhões de visualizações no canal de YouTube, Top Viral do Spotify em 40º, topo do iTunes Brasil) que vocês apresentaram despretensiosamente, acaba se gerando uma expectativa, concordo?
Ana: Com certeza.
Vitória: Concordo! Mas quando você faz as coisas presente, com vontade de estar fazendo…
Ana: Faz direito..
Vitória: É, ela vai existir querendo ou não. Acho que por isso, talvez, os números foram assim. Desde a nossa primeira chegada no estúdio, que pensamos em Anavitória, as coisas funcionaram assim. E tudo foi caminhando devagar, muito cauteloso.

Vocês são muito tranquilas, pés no chão e acho isso um barato em quem tá começando porque é fácil se deslumbrar. Parabéns!
Vitória: Ah, muito obrigada.
Ana: Tem muita gente para por nossos pés no chão, você não tem noção (risos).

Serviço Anavitória no RJ:
Dias: 30/09 a 02/10
Local: Teatro Solar de Botafogo
Ingressos: disponíveis apenas para o dia 2/10 (e já acabando)