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ENTREVISTA: Carly Rae Jepsen abre o jogo sobre o álbum “E•MO•TION”, pressão pós “Call Me Maybe” e título de “cantora subestimada do pop”


Na mesma semana que a Billboard americana pergunta em um artigo se Carly Rae Jepsen é uma das cantoras mais subestimadas do pop, o POPline conversou com a estrela por telefone. Em 15 dias (21 de agosto), ela lança o disco “E•MO•TION” liderado pelos singles “I Really Like You” e “Run Away With Me”.

Desde o mês passado, Carly vem usando a New Music Fridays para divulgar músicas do projeto. Além dos singles, “All That”, a faixa título, “Warm Blood” e recentemente “Making the Most of the Night” foram divulgadas. Basta dar uma passada nos comentários de cada matéria aqui no site para perceber que muitos leitores concordam, em parte com a Billboard, e torcem para que “E•MO•TION” tenha um desempenho melhor que “Kiss”, de 2012.

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POPline: Como você descreve “E•MO•TION” para a gente? Sabemos que tem sido uma jornada fazer o disco.
Carly Rae Jepsen: Eu diria que é um “pop emocional”. É minha forma de descrevê-lo. Ainda é pop, bem pop, mas com sentimentos e emoções. Um pouco diferente.

O fantasma do sucesso absoluto de “Call Me Maybe” ou a pressão para fazer outro hit lhe acompanharam durante as sessões de estúdio?
CRJ: Eu sabia dessa pressão. Podia sentir claramente no estúdio. “Call Me Maybe” foi um incrível sucesso e é uma música muito importante para mim. É importante para minha carreira. Mas eu não podia deixar isso me assustar. Decidi deixar para lá e aproveitar a oportunidade de fazer um novo álbum, mostrando minha personalidade, o que eu gosto e a minha verdade.

Você disse que tirou esse tempo entre um disco e outro para se redefinir. O que você aprendeu sobre você mesma durante o processo?
CRJ: Eu descobri que amo Nova York. É totalmente meu lugar. Vim para o musical da Cinderela e amo estar aqui. Prefiro Nova York a Los Angeles. É bem diferente. Tem mais a ver comigo. Nova York foi mesmo uma grande descoberta. Foi como encontrar meu lugar no mundo.

Que músicas ou artistas você ouviu enquanto fazia o álbum? Você é influenciada por outras criações ou gosta de se fechar e criar a sua música?
CRJ: Eu estava fazendo o musical da Cinderela, então o que eu mais ouvi foram as músicas ligadas ao musical. Então digo sem dúvida “Cinderela”, mas ouvi muita gente durante o processo. Não sei lhe dizer todos os nomes, porque o álbum levou bastante tempo. Mas eu não queria me influenciar, queria fazer a minha coisa.

Qual é a sua conexão especial com o pop dos anos 80? Porque nos corrija se estivermos errados, mas os dois álbuns tem um sabor de pop oitentista!
CRJ: Você está totalmente certo. Não sei explicar minha conexão com os anos 80, mas eu gosto muito. Acho que o pop estava em sua melhor fase. Era diferente do pop atual. Não é como se eu falasse “vou fazer um álbum de pop dos anos 80”, mas eu gosto tanto que acabam aparecendo esses elementos.

Muitos dos comentários no POPline dizem que você é uma artista subestimada e que merece mais crédito e sucesso. O que você acha disso?
CRJ: Acho que o sucesso para um artista é poder ter uma carreira e viver daquilo que ama fazer. Eu vivo de música, e é o que eu amo. Então eu me sinto muito sortuda, de verdade. Tenho sorte por poder trabalhar com música, gravar um álbum novo, lançar singles, fazer clipes, turnê… E ainda moro em Nova York. Eu sou muito feliz!

As pessoas dizem isso porque dão mais crédito às paradas de sucesso. Você presta atenção nos rankings?
CRJ: Não, na verdade não. Não acho que as paradas medem o sucesso. O importante para mim é se conectar com os fãs e expressar a minha verdade. O nº 1 nas paradas é consequência, mas não é meu foco. Foi legal com “Call Me Maybe”, mas não fico louca com isso.

Você diz que escrever é crucial para você. Você se vê primeiramente como compositora e depois como cantora?
CRJ: Eu comecei a compor quando tinha 17 anos e passei a cantar para dar vida às composições. Eu amo cantar, mas escrever definitivamente veio primeiro. Então, sim!

Como é o relacionamento com seus fãs pelas redes sociais? Os brasileiros conseguem chamar atenção?
CRJ: Sim! Muitos brasileiros! Eles sempre mandam mensagens e são muito presentes. Não consigo ler tudo, mas sempre vejo falarem “Brasil, Brasil, Brasil”.

Você e sua equipe já estão falando em turnê?
CRJ: Sim. Eu acredito que vamos fazer turnê no fim do outono. Por agora, vou fazer divulgação na TV. Vou aos programas com esse single novo e depois deve vir a turnê.

Planos então de vir ao Brasil?
CRJ: Com certeza! Absolutamente. Não tenho uma data exata ainda para te dizer, mas eu quero ir! Devo ir com esse álbum. Estou trabalhando para isso. Não posso afirmar ainda “ah, eu vou”, mas é um desejo grande.

Você abriu os shows do Justin Bieber, da “Believe Tour”, mas você foi apenas para Argentina e Chile na América do Sul. Você ficou triste por não ter vindo para cá? Muitos dos fãs ficaram desapontados pensando que você viria com ele.
CRJ: Eu sei! Eu fiquei desapontada! Achei que iria também, porque fiz bastante shows com ele na América do Norte, mas só me chamaram para esses países aí. Eu espero voltar e ir ao Brasil dessa vez para fazer shows. É uma dívida.

Falando em Justin, você ouviu algo do novo CD dele?
CRJ: Sim! Eu amo o que ele está fazendo. Já ouvi algumas coisas e está muito bom, bem difernete. Eu gostei. Acho que você vai gostar.

Para encerrar, fale a verdade, que ideia bacana de ter o Tom Hanks no clipe de “I Really Like You”. De quem foi essa ideia?
CRJ: Isso é maravilhoso, né? Sou muito sortuda. Tenho um empresário que é amigo do Tom Hanks e ele deu a ideia. Não achei que ele fosse aceitar, mas logo estava no telefone acertando os detalhes sobre o clipe. Eu fiquei louca e gritei muito. Tipo.. é o Tom Hanks! Fiquei muito feliz.

Por Amanda Faia e Leonardo Torres