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Deputado-pastor Marco Feliciano critica ascensão de Pabllo Vittar


O sucesso de Pabllo Vittar incomoda muita gente. Prova disso é que o pastor e deputado federal Marco Feliciano, do Partido Social Cristão, se desgastou para gravar um vídeo criticando a drag queen. Ele vê a ascensão da artista como uma artimanha da grande mídia para emplacar uma “bancada LGBT” numerosa nas próximas eleições. “Eles não querem direitos, querem privilégios e os conseguiram”, declarou para seus 511 mil seguidores no Twitter.

“O alerta é para a sociedade conservadora: atenção, sinto que tais grupos defensores e propagadores da ideologia de gênero estarão tentando eleger representantes em cada estado desse país. Adivinha pra quê? Para produzir leis para defender a promiscuidade, cartilhas de ensinamento de sexo para nossas crianças, cotas em universidades para transexuais transgêneros, como já acontece”, declarou.

Na mentalidade do polêmico pastor, a visibilidade de Pabllo Vittar representa o distanciamento dos valores, da família, da morel, dos bons costumes, da honestidade e “outros valores fundamentais”. “Passamos a ver um homem travestido de mulher com a cara estampada em latas de refrigerante, ganhando prêmios na TV, uma atleta transgênero tendo os holofotes da mídia por ser melhor que as atletas mulheres e um lutador de MMA ganhando de mulheres no ringue”, critica o político, que ironicamente já presidiu a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.

As eleições estão chegando e discursos preconceituosos, de olho no eleitorado conservador, tendem a aumentar. Em 2017, o vereador e pastor Ezequiel Bueno, de Ponta Grossa, no Paraná, tentou proibir a ida da drag queen para um show na cidade, ameaçando-a de prisão caso pisasse na rua. Ele alegou que “esse tipo de show” deveria ser vetado em uma cidade conservadora. Retrato da onda de radicalismo que cresce no país.