in

Bruno Mars é acusado de apropriação cultural após performance no BET Awards


A pesquisadora e ativista negra Jenn M. Jackson, da Universidade de Chicago, está causando polêmica: ela acusa Bruno Mars de apropriação cultural. Depois de ver sua performance no BET Awards, no domingo (25/6), a doutoranda twittou: “realmente preciso que todos vocês parem com os elogios para Bruno Mars e sejam mais críticos sobre as maneiras que entendemos apropriação. Bruno não se identifica como negro. Vamos deixar isso claro desde o início. Ele é uma pessoa não-negra de cor, que recentemente decidiu que cantar funk é economicamente produtivo”.

Confira a performance:

Jenn M. Jackson recebeu muitas críticas de fãs no Twitter e disse que nunca um comentário seu repercutiu tanto. Ela costumeiramente fala sobre políticas para negros e movimentos sociais, e nunca teve tanta atenção. Mas continuou, já que todos querem falar sobre Bruno: “suas alegações de que ‘está trazendo o funk de volta’ são ofensivas para os artistas negros de funk, pioneiros na tradição. O FUNK. NUNCA. SAIU DE CENA. Sim,ele dá ‘crédito’ aos artistas de funk ocasionalmente. Ele também tem um público majoritariamente branco, que não tem memória ou preocupação por artistas negros. No caso de Bruno, ‘trazer o funk de volta’ essencialmente significa ‘funk era uma coisa de negros e agora eu dou para os brancos’. Isso é apropriação. Preciso que não relaxemos nossa percepção crítica sobre racismo e apropriação quando é um não-negro de cor que nos prejudica. O louvor ao Bruno Mars é também patriarcal, porque algum de vocês também deram passes-livres para Eminem, Justin Timberlake e Robin Thicke. Parem com isso”.

A discussão sobre apropriação cultural na indústria do entretenimento ganha cada vez mais força entre ativistas e pesquisadores do movimento negro. O assunto ainda é pouco claro para a maioria das pessoas. Recentemente, Katy Perry se desculpou por apropriação em clipes e performances: ela não sabia o que estava fazendo. Disse que está disposta a aprender e se esforçar para entender a causa. No Brasil, Claudia Leitte também já foi acusada de apropriação cultural pelo título de “negalora” e algumas fotos de divulgação com blackface.