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Backstreet Boys no Brasil: com grupo completo, quinteto nos leva para uma viagem de duas décadas em duas horas


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Assistir a um show dos Backstreet Boys sem ser fã – apenas como jornalista – não vai faz jus à toda a experiência. Quem está fora do universo BSB vai sempre resumir o momento e descrevê-lo apenas pelos gritos intermináveis (e são mesmo), carisma, o retorno de Kevin Richardson ao Brasil após mais de 10 anos e obviamente o show não é apenas isso. Mas a jornalista aqui é fã desde 1996 e passou resistente por todas as fases – a áurea, a desacreditada, o quarteto e o retorno com oito shows completamente esgotados no Brasil. E é claramente para este fã que a turnê “In a World Like This” foi montada.

Desde a setlist com os grandes hits, coreografias tiradas do baú – com direito a chapéu em “All I Have to Give” – executadas com todos os seus movimentos ensaiados exaustivamente por todos os fãs e cada um dos cinco com seus momentos particulares de conversa com a plateia, o show é para lhe levar de volta às décadas de 1990/2000! Nick Carter pede isso logo na abertura para não restar dúvidas: corpo de 29/30 e poucos e alma de 15 anos. As fãs respondem, como sempre, de imediato e aos berros ao exibicionismo de Nick, à simpatia infinita de Brian Littrell que não se importa em passar duas horas fazendo caretas e distribuindo beijos, ao jeito quieto e seguro de Kevin, às loucuras e gritos de AJ McLean e até a um Howie Dorough mais solto no palco e com mais vezes à frente do grupo – resultado de uma insistência durante a gravação do mais recente disco.

O show em Recife neste sábado (6) foi o primeiro após uma breve pausa da turnê e recomeçar um show montado já há 2 anos no Brasil dá um ânimo a mais. O discurso generalizado e repetido cinco vezes é aquele que todo fã brasileiro conhece: nosso país sabe receber o ídolo estrangeiro e o carinho é totalmente recíproco. Kevin, em particular, se disse grato em estar de volta após tanto tempo. O Brasil é um lugar especial para os cinco. Quem nunca viu aquela cena do ônibus do grupo rodeado de milhares de fãs que chacoalhavam o veículo até arriscando a segurança dos ídolos? O fato foi tão marcante que ela ainda é exibida no documentário “Show ‘Em (What You’re Made Of)” lançado este ano nas salas de cinema por aqui.

Há dois anos em turnê, foi difícil pegar pessoas desprevenidas. Coube a interação com o público os momentos inesperados entre hits como “As Long As You Love Me”, “The Call”, “I’ll Never Break Your Heart”, “Incomplete”, “Show Me the Meaning of Being Lonely”, “We’ve Got it Goin’ On”, entre outros. No trecho batizado de acústico em que os cinco tocam instrumentos, fãs que compraram o pacote mais caro de meet & greet assistiram às quatro músicas – incluindo uma surpresa deliciosa de “10000 Promises” – do palco. Teve ainda reboladas de AJ e Nick, Howie ensinando pacientemente Kevin a falar “bunda”, Nick reencenando “Quit Playing Games” com uma garrafa d’água e Brian fazendo até sua voz de pato. Para quem acompanha o grupo independente das músicas não estarem mais nas rádios ou paradas de sucesso, foi uma viagem de duas décadas em duas horas.

E a volta de Kevin faz diferença sim. Estive no mesmo Chevrolet Hall há quatro anos e é nítida como a presença do cabeça da direção musical do grupo muda toda a dinâmica: não só sua presença em cima do palco e uma harmonia mais coesa, mas até na formulação do setlist. Os Backstreet Boys nunca acabaram, mas após tanto tempo sem vermos os cinco unidos novamente diante dos nossos olhos até parece clichê, mas para as fãs eles estão de volta melhores do que nunca!

A passagem dos Backstreet Boys pelo Brasil continua nesta segunda-feira (8) no Rio de Janeiro (Citibank Hall). Após os fãs cariocas, os mineiros recebem o quinteto em Belo Horizonte (Chevrolet Hall) no dia 9 de junho. Aí a banda retorna ao RJ (Citibank Hall) para apresentação no dia 11 de junho. São Paulo (Citibank Hall) será o palco dos próximos três shows: 12, 13 e 14 de junho. A turnê do “In a World Like This” se encerra em Porto Alegre (Pepsi On Stage) no dia 15 de junho.